Exclusivo "Domínio dos big three está a acabar. Os jovens já não se sentem intimidados"
O sueco Mats Wilander, 56 anos, ex-número um mundial e vencedor do Grand Slam por sete vezes, considera Djokovic favorito a vencer Roland Garros (torneio francês que arranca neste domingo). O agora comentador da Eurosport (canal que vai transmitir o torneio) vê, contudo, uma nova geração de tenistas a despontar e acha que a hegemonia dos big three tem os dias contados.

Ficou impressionado com a forma como os jogadores lidaram com todo este novo contexto de pandemia durante o US Open, sem público e com muitas restrições?
Sim, confesso que fiquei. Talvez muitos dos que ficaram pela primeira ronda se tenham sentido afetados, sobretudo por terem jogado sem público. É possível que isso os tenha prejudicado. Acho que apesar da ausência de público, o US Open foi um bom torneio. Mas depois de ter visto recentemente pessoas nas bancadas em Roma, não tenho dúvidas de que o ténis precisa de assistência. Era importante termos espectadores nas bancadas no torneios do Grand Slam, até para os jogadores não se habituarem a jogar sem a presença do público.
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Depois do que aconteceu no US Open com Djokovic, quando foi desclassificado por ter atingido um juiz de linha, o que espera dele em Roland Garros?
O que aconteceu permitiu que ele passasse a ter uma identidade. O Roger Federer sempre foi associado a uma postura de jogador elegante, um desportista descontraído. O Nadal é um guerreiro, um jogador apaixonado que dá tudo. O Djokovic, além de ser o melhor dos três nos confrontos diretos, que tipo de personalidade tinha? É um bom tipo, engraçado, mas o quê mais? Ele agora passou a ter uma identidade, passou a ser um jogador temperamental que às vezes não se controla e que também quebra as regras. Eu gosto disso e julgo que as pessoas em geral também. Penso que o que aconteceu no US Open pode ter um efeito muito positivo na carreira do Djokovic. E acredito que vai vencer Roland Garros à conta disso.