"Estava em viagem de finalistas em Salazar no 25 de Abril, o que é fantástico"
Explique-me esse seu Pereira-Müller.
O meu nome oficial é grande, como qualquer nome português. Portanto, sou Maria Margarida, depois tenho Branco, da minha mãe, Alves Pereira do meu pai, e Müller do marido. E há uma história engraçada nisto. Quando me casei, na Alemanha, perguntaram-me o nome de solteira e eu disse, além do Alves Pereira, o Branco, e depois contei a história à minha mãe. Ela que nasceu numa aldeia no Ribatejo, no Alqueidão, ao pé de Torres Novas, foi registada simplesmente como Maria Lídia. Depois ganhou apelido quando se casou, Alves Pereira, mas pôs-nos a nós, filhos, o apelido da família dela. Foi só nessa altura que eu soube que Branco não era obviamente o nome da minha mãe [risos].
O Müller aparece, portanto, por casamento. Onde é que conheceu o marido alemão?
Licenciei-me em Lisboa, em Filologia Germânica, mas não foi linear porque acabei o liceu no 25 de Abril, nesse ano de 1974 não houve entradas na universidade, tivemos de fazer o serviço cívico e no ano seguinte havia muitos cursos, era a liberdade total. E eu inscrevi-me num curso que já nem sei como se chamava, um curso de Francês e Inglês. Quando cheguei ao bacharelato tinha de me inscrever no curso, que entretanto mudou de nome, e tinha ainda de esperar um ano porque o curso ainda não tinha quatro anos. Então, a solução era, como tinha Francês e Iinglês, mudar-me para Românicas ou Germânicas, em que tinha de fazer Alemão e tinha de ter três anos de língua e eu já estava no quarto ano, ou seja, ia-me protelar um ano. Mas como já sabia alemão, que tinha aprendido no Goethe, a professora sugeriu-me fazer um exame ad hoc. Entretanto comecei a trabalhar para o Instituto de Estudos do Desenvolvimento, que estava ligado à Fundação Friedrich Ebert, e fui fundar o centro de documentação. Era uma coisa nova em Portugal, praticamente não havia centros de documentação, e candidatei-me a uma bolsa do governo alemão, para ir fazer a pós-graduação como documentalista científica com a ideia de regressar a Portugal e formar documentalistas. Fui para Frankfurt, fiz a pós-graduação e fiquei na Alemanha, porque entretanto conheci o Müller [risos]. Nesse ano em que me mudei ele mudou também para a Universidade de Frankfurt. Éramos dois estudantes novos na cidade.
Começou a aprender o alemão cedo. Porquê?
No liceu era por alíneas, tinha de se escolher ciências ou letras e nas letras podia-se escolher as clássicas, as românicas ou a parte inglesa. Escolhi logo a parte inglesa, sempre gostei muito de línguas. Quando era pequena punha as calças de pijama do meu pai na cabeça a fazer que eram os meus longos cabelos e punha-me a falar "blá-blá-blá" e a minha mãe perguntava-me o que estava a dizer e eu dizia "a mamã não vai entender porque estou a falar estrangeiro" [risos].
Não havia aí nenhuma influência familiar no interesse pelo idioma alemão?
Nenhuma. Eu queria ser guia turística e queria ir para o Instituto de Novas Profissões, que era privado, e o meu pai como militar ganhava pouco, por isso não era hipótese. Tive de ir para uma universidade estatal e só sobrava germânicas ou a faculdade de letras. Quando acabei o sétimo ano inscrevi-me logo no Goethe. Nesse ano de serviço cívico não pude entrar para a universidade mas fiz os institutos de línguas: o britânico, o italiano e o alemão. Tive uma professora ótima que era cantora lírica e ensinou-nos muito bem não só o inglês como o alemão de maneira muito lúdica com muitas canções.
Disse que o seu pai era militar, o que significa que apanhou a guerra do ultramar, portanto andou muito pelas colónias até antes dos conflitos, o que significa que a família foi conhecendo África e alguns filhos terão nascido lá, certo?
Certo. Os meus pais conheceram-se em Portugal, na Casa do Alentejo, onde a minha mãe foi levada à força pelas amigas a um baile de Carnaval, porque ela detestava Carnaval, e lá encontrou um jovem cadete da Academia Militar. O meu pai foi para Angola e casaram-se por procuração. A minha mãe entrou na igreja com o meu avô e houve uma senhora que passou e que disse: "Coitada, casou-se com um homem tão velho." A minha mãe era funcionária dos CTT e queria esperar até completar cinco anos e depois pedia licença sem vencimento para ter direito a todos os benefícios sociais. Foi finalmente para Angola e lá nasceu a minha irmã mais velha. Saltemos agora 50 anos: eu estive em Angola em 2014 e quando passámos em Nova Lisboa, atual Huambo, onde a minha irmã nasceu, eu quis ir encontrar a casa onde os meus pais moravam. Tinha uma fotografia como referência e comecei a perguntar se alguém saberia onde seria, mas não estávamos a conseguir. Até que disse que o meu pai era militar e disseram-me para ir ao bairro dos oficiais. Só assim também foi difícil, mas encontrámos a casa e foi comovente.
Há mais irmãos ou irmãs?
Tenho e vivi uma história muito idêntica. Isto tudo antes da guerra. Em 1949 nasceu a minha primeira irmã, a minha outra irmã nasceu em 1954, já estavam em Moçambique, e quando fui em 2013 a Moçambique quis ir a Inhambane e quis ir procurar um senhor de quem a minha mãe falava, o sargento Jeremias, e fui ao quartel perguntar se o conheciam. Estavam lá uns rapazitos que não sabiam. Entretanto parámos o carro e o meu marido foi comprar água e vejo passar um senhor idoso e perguntei-lhe se conhecia o sargento Jeremias, e ele disse-me "claro que conheço". Lá fomos, batemos à porta, ele abre e diz-me "é a filha do capitão Alves Pereira". Eu sou igual ao meu pai [risos]! Ele não me conhecia, porque a minha mãe tinha saído de lá grávida. Tenho duas histórias com as duas irmãs dessa África. Eu nasci cá mas ficou a raiz africana.
Nasceu onde?
A minha mãe estava grávida de mim em África e fez asma por causa das giestas, então o meu pai pediu para mudar para Portugal e já não queria mudar mais vezes. Foram em 1957 para Portalegre - o meu pai era de Cabeço de Vide. Construíram uma casa mas quando eu tinha um ano o meu pai foi colocado em Leiria, portanto acabou-se o sonho de ficar em Portalegre [risos]. Uma casa feita com todos os pormenores pensados pela minha mãe, incluindo uma campainha na sala de jantar, no sítio onde ela se sentava, para chamar a empregada. Depois rebentou a guerra, em 1961, o meu pai foi duas vezes para África. Eles iam sempre por dois anos. Foi das duas vezes para zonas inóspitas para o norte de Moçambique, onde não tinham nada, teve de construir o quartel. Eu em 2012 quis ir conhecer esse dito sítio, que foi o mais difícil da história do meu pai. Não consegui chegar... Tínhamos 50 minutos de picada pela frente mas estava a chover imenso e estava tudo inundado.
Sei que na sua viagem de finalistas do secundário foi a Angola e numa data muito especial.
Fiz o liceu no Instituto de Odivelas, que infelizmente foi fechado sem se saber porquê. Era um internato para filhas de militares portugueses. Existia o Colégio Militar, que começou por ser para órfãos de militares, e em 1899 houve um grupo de oficiais que se juntou para dar apoio às órfãs dos nossos camaradas. Falaram com o irmão do rei D. Carlos, o infante D. Afonso, e com a rainha Dona Amélia e ambos apoiaram a ideia. Foi então iniciado o chamado Instituto de Odivelas, que tinha outro nome na altura, e no dia 14 de janeiro de 1900 entrou na escola um grupo pequeno de meninas, o jantar foi servido pela própria rainha e no jantar foi servido um copo de vinho a criancinhas, mas na altura era assim. Na altura da Guerra Colonial o instituto tinha 300 e tal meninas, todas internas, só saíamos ao fim de semana, conforme as notas. Havia três ramos escolares: o liceu normal com currículo normal, que era onde eu estava, havia o curso do comércio, e havia formação doméstica, que dava depois para governanta, etc. Todas as meninas tinham de aprender as artes do lar. Tínhamos aulas de Culinária, aulas de Puericultura com bebés a sério. Odivelas era uma zona muito, muito pobre. Tínhamos uma creche e as educadoras eram as meninas. Havia aulas de Costura e Bordados e tínhamos uma cadeira chamada Economia Doméstica. Todas estas aulas, paralelas às do liceu, tinham notas e contavam para a média geral. Se tínhamos má nota a Culinária ou a Bordados ia-nos baixar a média para a entrada na universidade. No sétimo ano fizemos a viagem de finalistas, em 1974, e partimos para Angola numa viagem organizada pelo Exército, a tutela do instituto, e pela Mocidade Portuguesa.
Apesar da guerra, era natural fazer uma viagem dessas?
Não era natural, não. A minha irmã foi a Espanha. Nós fomos a Angola, não sei porquê. Fomos num avião da Força Aérea. Partimos às 24h00 do dia 23 de abril de 1974. Tivemos os dois primeiros dias normais. Fomos recebidas pelo exército, todo um programa fantástico. Entretanto aconteceu o 25 de Abril, que nós não soubemos porque as duas professoras que nos iam a acompanhar não nos disseram. Agora como adulta consigo perceber que era uma dor de cabeça para todos os envolvidos. Éramos 16 meninas, algumas eram filhas de generais, portanto tínhamos um grupo especial em que podia acontecer muita coisa. Além disso ninguém sabia o que ia acontecer com o 25 de Abril. Soubemos porque uma de nós ouviu na rádio no dia 26 ou 27. No próprio dia 25 estávamos numa vila chamada Salazar e eu encontrei, ao desmanchar a casa dos meus avós no Alentejo, um postal... foi o meu filho que encontrou o postal e me perguntou: "Mãe, porque é que escreveste ao Salazar?" Eu nunca escrevi ao Salazar. Estava de férias escolares em Salazar no dia 25 de abril, o que é fantástico [risos]!
Era perto de Luanda?
Relativamente. É a vila que ficava ao pé das cataratas do Duque de Bragança, hoje chamadas de Calandula. Hoje chama-se Ndalatando
Estiveram lá quanto tempo?
Éramos para ter vindo no princípio de maio. O programa do 1.º de Maio era para irmos para Moçâmedes, mas não fomos porque estava-se com medo. Então passámos esse dia na praia, no qual eu apanhei um escaldão, que até febre tive. Como ninguém sabia o que ia acontecer em Portugal, alguém decidiu que ficávamos mais uma semana em Angola. Não sei que ideia é que tiveram, não sei... mas ganhámos uma semana de férias. Foram quase três semanas em Angola à pala do 25 de Abril.
Nunca sentiram sinais de instabilidade?
Nada. Mas tivemos histórias macabras que nos contaram, devíamos estar a ir de Nova Lisboa para o Lobito.
Muito daquilo que tem feito na sua vida tem que ver com viagens. Tem muitos livros de viagens e de gastronomia de diversos países, do mundo lusófono e não só. Isso resulta de uma paixão por viagens mas também da sua vida profissional. A colaboração com a Lufthansa, em termos de comunicação, durou muitos anos?
29, quase.
Isso também explica a facilidade com que podia viajar?
Sim e não.
Como é que nasce a paixão por viajar?
Os meus pais gostavam de viajar. A minha mãe conta uma história. Quando regressaram de Angola os meus pais resolveram ir passear, deixaram a minha irmã com os avós, e tinham o objetivo de ir até Marrocos de transportes públicos. A minha mãe saiu do Alentejo com a sua carteira, somente, e foram comprando o que precisavam pelo caminho. Na primeira paragem compraram a escova de dentes, depois uma muda de roupa e por fim lá tiveram de comprar uma mala. Viajávamos muito não só porque o meu pai foi colocado em vários sítios mas porque depois esteve em comissão de serviço na GNR, chegou a comandante-geral e andava por todo o país, e nós íamos sempre atrás. Apanhámos muitas secas à espera de que acabassem as reuniões. Depois do 25 de Abril começámos a ir para o estrangeiro e nessa época era muito difícil conseguir divisas - havia controlo de divisas, cada pessoa só podia levantar X - mas nós, por os militares ganharem muito pouco, viajávamos de forma barata. Íamos os cinco no carro. Na primeira vez fomos para Espanha. Tínhamos um guarda-sol e a minha mãe, que tinha um jeito de mãos fantástico, fez uma saia ao chapéu e foi a nossa tenda. E viajámos no norte de Espanha com a nossa tenda, divertimo-nos imenso. Ficávamos nos parques de campismo e viajávamos de uma forma muito barata. Entretanto o meu pai comprou uma tenda e depois um atrelado, já na altura em que eu morava na Alemanha, e foi-me visitar com a dita tenda. Fomos por toda a Europa, nunca o não termos dinheiro foi razão para não irmos. Não comíamos em restaurantes, passávamos 15 dias a comer sandes e arroz de atum. Felizmente casei-me com o meu marido, que também é apaixonado por viagens e por fotografia.
A maior parte das suas viagens são com ele?
Sim, de casal, de família... Na altura éramos seis a viajar porque levávamos a minha mãe e os nossos três filhos. Nessa altura ganhei a primeira máquina fotográfica num concurso da Tartex com o António Feio [risos].
E das viagens que foi fazendo, há alguma mais especial?
Muito especiais foram aquelas das idas a África à procura de raízes. Muito especial foi a ilha de Páscoa.
Porquê?
Porque tinha lido aqueles livros editados pela Bertrand, com uma capa preta, e achava que os mistérios da ilha de Páscoa fascinavam-me. Aquilo é longe. Fomos daqui para Santiago do Chile e depois para a ilha de Páscoa são três horas. Chegámos lá e achei fantástico.
Para quem viajava barato isso já não é barato...
Não, mas aí já ajudava a minha ligação à Lufthansa. Eu nunca fui funcionária, era prestadora de serviços. Tenho uma agência de comunicação que tinha a Lufthansa como principal cliente - foram 29 anos até janeiro deste ano.
Quando é que lhe dá esta ideia de escrever as receitas da América Latina, os contos tradicionais de Angola e por aí fora. Dezenas de livros?
O primeiro livro que escrevi foi sobre os contos de países de língua portuguesa, O Macaquinho do Narizito Branco. Morava na Alemanha, as minhas duas filhas nasceram lá e eu sempre quis que elas falassem bem português e nunca falei alemão com elas. Exige muito esforço com bebés pequeninas falar para que aprendam vocabulário, então eu contava muitas histórias. A minha mãe era grande contadora de histórias também. E, já não sei como, surgiu a ideia de fazer um livro, juntamente com o Teo Ferrer de Mesquita, que foi o grande impulsionador da cultura portuguesa na Alemanha, com uma livraria e um centro de cultura. Levou Carlos Paredes e também muitos escritores, como Saramago, à feira do livro. Em conversa surgiu a ideia de publicar um livro com uma história de cada país lusófono. É bilingue. Esgotou logo e está esgotado. É para alemães que gostam de Portugal e para portugueses que vivem na Alemanha. A parte da gastronomia surgiu quando regressámos a Portugal e as pessoas perguntarem-me o que é que se come na Alemanha. Comecei a dar receitas e pensei em escrever um livro. Contactei a Europa América e surgiu o livro da cozinha alemã.
No fundo são a origem das duas grande linhas do que tem publicado?
Certo. E depois tenho livros com as duas coisas. Tenho um livro que foi os sabores dos Palop... já no Instituto de Odivelas tínhamos muitas meninas de países de língua portuguesa, e tenho um conto e receitas de cada país.
Há algum desses livros que tenha sido um grande sucesso ou que lhe tenha dado muito gosto em fazer?
Sucesso comercial foi Os Melhores Contos da Lusofonia. Que me desse muito gozo a fazer, claro, os primeiros são sempre os primeiros, depois há outros que deu gosto pela investigação que fiz. A EPAL desafiou-me para fazer as receitas da Serafina. O bairro da Serafina está mesmo junto ao arco de Alcântara. Havia uma senhora que tinha uma casa de pasto e os operários que fizeram o dito arco tiveram de vir de todo o país porque não havia operários suficientes para construir o Aqueduto. Comiam na casa de pasto. Dizia-se que a Serafina dava alimento espiritual e corporal aos ditos operários [risos]. Quando a EPAL me desafiou não havia receitas da senhora, ela não sabia ler nem escrever. Tive de fazer investigação sobre o que é que as classes populares comiam no século XVIII. Há muita coisa escrita sobre o que é que a corte comia, mas pouco sobre o povo. Tive de ir à literatura de cordel e muito aos relatos dos estrangeiros em Portugal para conseguir. Experimento todas as receitas do meu livro e esse foi o que o meu filho me disse não ter gostado, porque a comida no século XVIII era muito diferente. Havia um prato de que ainda agora gosta, que eram as couves com farinheira e broa, disso ele gosta muito, mas de resto não. Os biscoitos e os bolos eram feitos com mel, de que os meus filhos não gostaram, mas as pessoas com mais idade gostaram imenso porque lhes lembram a província. Esse deu-me muito gozo porque foi excitante andar à procura de coisas que não havia, descobrir, tentar ver as receitas.
O que é que uma Pereira-Müller pensa dos portugueses e dos alemães? Somos assim tão diferentes uns dos outros?
Costumo dizer que juntamos, aqui em casa, o melhor dos dois lados. Fui para a Alemanha e não queria vir para Portugal. Gostava da Alemanha porque era tudo certinho, o elétrico passava à hora certa. Aqui morava na Amadora, apanhava a linha de Sintra, ainda com as pessoas todas penduradas na parte de fora do comboio, e nunca era à hora certa. Eu sou de uma família militar, gosto da vida certinha, andei num colégio interno, aquilo só anda a toque de caixa.
E o seu marido é esse estereótipo de alemão muito organizado?
Não. Já estamos casados há 37 anos, ele já é português, de coração mesmo. Ele é organizado mas... juntando o laissez-faire português com o exagero alemão, acho que se tem uma mistura fantástica, e os meus filhos são essa mistura fantástica. Tenho duas filhas e um filho.
São verdadeiramente luso-alemães ou mais lusos ou mais alemães?
Eles são, de coração, extremamente lusos, mas só conversam em alemão entre eles. As duas vivem fora do país, uma nos Estados Unidos e outra em Inglaterra, e o que lhes toca mais, as saudades, são de Portugal. Elas nasceram na Alemanha, o rapaz nasceu cá. O que pedem mesmo é o chouriço, o bacalhau... As saudades são das coisas portuguesas. Ouvem várias rádios portuguesas, não sei se ouvem alemãs. O meu filho, que é extremamente português, agora como tem uma filha e quer que ela aprenda alemão, só fala alemão com a filha e ouve rádios alemãs para a filha aprender.
Se houver um jogo entre Portugal e Alemanha, por qual torcem os seus filhos?
Sofrem muito. Mas por um lado ficam contentes porque um deles, um dos países, vai ganhar.