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O padre mais à mão
Entra e senta-se na mesa ao lado da minha, trocamos acenos e um sorriso fugaz. Depois da bica pergunta-me se já li o jornal, respondo que sim e passo-lho para a mão.
Logo um comentário à atualidade, uma gargalhada, uma pergunta; começámos a conversar. Conhecíamo-nos de muitas vistas, a forma mais citadina de desconhecer alguém. Falou da sua vida e eu da minha, contei-lhe um pequeno episódio passado num hospital e, após um silêncio para ganhar balanço, devolve-me uma história terrível, dessas que não se contam a ninguém.
"Só te falei disto porque não te conheço, os estranhos são os padres mais à mão."