O dia mais longo: está a chegar o solstício de verão
Às 16.54 em ponto desta sexta-feira, 21 de junho, começa mais um verão no hemisfério norte - e mais um inverno no hemisfério sul. Será nesse momento exato, nem mais um segundo, que a Terra, na sua viagem através do espaço, atinge a maior inclinação em relação ao Sol. É o solstício de verão.
Sexta-feira é também o dia mais longo do ano, com o maior duração de luz solar: 14 horas, 53 minutos e sete segundos no território nacional.
São só mais dois segundos em relação a quinta-feira, o dia imediatamente anterior, mas é quanto basta para deter o recorde. Já a partir de sábado, no entanto, os dias começam a diminuir em duração da luz solar (já terá menos um segundo, domingo terá menos cinco), até atingirem um novo mínimo dentro de seis meses, no momento do solstício de inverno, a 21 de dezembro.
Mas o que são afinal os solstícios? O Observatório Astronómico de Lisboa (OAL) explica que são "pontos da eclíptica em que o Sol atinge as alturas (distância angular) máxima e mínima em relação ao equador, isto é, pontos em que a declinação solar atinge extremos: máxima no solstício de verão (+23° 26′) e mínima no solstício de inverno (-23° 26′)".
Solstício, explica ainda o OAL na sua página de Internet, tem origem na palavra latina solstitium, que descreve o facto de o Sol, nesse ponto, "travar o movimento diário de afastamento ao plano equatorial e "estacionar" ao atingir a sua posição mais alta ou mais baixa no céu local". Aos nossos olhos humanos, o Sol parece deter-se no céu.
Em Stonehenge, Inglaterra, o círculo de pedras gigantes, com cerca de 6000 anos, que se acredita ter sido um local de celebrações religiosas e um referente astronómico para os povos de então, este é um dia muito especial, em que milhares de pessoas se juntam para saudar o início do verão.
Neste dia, precisamente, o Sol nasce duplamente alinhado com a pedra de Heel, que se ergue solitária à entrada de Stonehenge, e com o seu altar. Fosse qual fosse a intenção dos seus construtores, e há inúmeras teorias que o dão ora como templo, ora como local de coroação de reis, ora como local de celebração de ritos fúnebres, a única certeza hoje observável é a deste alinhamento com as danças do Sol, o que parece apontar para a sua função de calendário astronómico.
Nesta altura do ano, são milhares as pessoas que viajam para lá, para assistir a esse momento mágico inicial do nascimento do dia alinhado com as pedras. Depois, a festa prolonga-se pelo dia fora, para culminar no momento exato do solstício, pelas 16.53, sempre com muitos aplausos.
Muitos dos que ali comparecem para a festa do solstício de verão vestem-se de druidas, à maneira antiga, lembrando celebrações pagãs ligadas ao ciclo anual agrícola, mas também há quem ali vá apenas em piquenique, com a família e os amigos, para passar o primeiro dia de verão de uma forma diferente. Assim a meteorologia ajude.
Por cá, segundo o IPMA, o verão vai começar com céu pouco nublado ou limpo, com períodos de maior nebulosidade no norte e centro pela manhã. O vento anuncia-se fraco a moderado e as temperaturas, para já, não se antecipam especialmente quentes.