Jaxon Osuma tem 6 meses. Blessing, a mãe, engravidou quando estava na Líbia, ela e o marido, Stanley, em fuga da Nigéria para a Europa. Grávida de 2 meses, meteu-se num bote entre centenas de outros refugiados para atravessar o Mediterrâneo. Alcançaram a ilha italiana de Sicília, mas não podiam permanecer no campo de refugiados. Calhou-lhes Portugal, um país de que nunca tinham ouvido falar e que não teriam escolhido se tivessem essa opção. Acabaram no Fundão, uma cidade do interior do país, envelhecida, com uma enorme escassez de mão-de-obra. A população estranhou os desconhecidos, mas acabou por recebê-los de braços abertos. Jaxon nasceu quatro meses depois, é o principezinho do Seminário do Fundão, onde viveram um ano, e uma prova de boa integração..Stanley, 25 anos, e Blessing Osuma, 23, são do estado de Edo, no Centro-Sul da Nigéria. Casaram-se já a pensar em emigrar na Europa. Chegaram a Portugal a 18 de junho de 2019, no terceiro grupo do programa de recolocação da União Europeia. A Nigéria é um país jovem, 60 anos, mas que nunca teve tranquilidade. Começou com uma guerra civil, que terminou em 1978, mantiveram-se os conflitos armados e raciais..Blessing recorda a festa de casamento, a família, os amigos, mas teve de fugir por o seu país "ser muito duro para se viver". Venderam uma terra que o marido herdou do pai para pagarem a viagem. Revelam apenas que foi muito caro. Os técnicos da Plataforma de Apoio aos Refugiados estimam que varia entre os cinco mil e os dez mil euros, sem contar com as quantias que lhes são exigidas na Líbia. Neste país, são muitas vezes sujeitos a trabalho escravo, a maus-tratos e a abusos sexuais, estes últimos vitimando sobretudo as mulheres.."Tive muito medo, mas queria deixar a Nigéria e vir para a Europa, não tinha alternativa. Em Portugal, sinto-me bem, só vejo pessoas simpáticas à minha volta", simplifica Blessing, desmanchando-se num grande sorriso. O próximo passo é arranjar um emprego, talvez "nas limpezas", e alargar a família. O casal sonha com mais dois filhos..Stanley ficou feliz quando lhe disseram que vinha para Portugal. "É um país europeu e depois de aqui viver não podia gostar mais. A dificuldade maior foi a comida, agora já me habituei. O Fundão é uma cidade pequena, há paz, as pessoas são amigas.".Teresa Fernandes, técnica do Gabinete para a Inclusão e Diversidade Cultural da Câmara Municipal do Fundão (CMF), que coordena o acolhimento, ouve a conversa do casal e comenta: "A comida é das partes mais difíceis, toda a gente tem queixas. Em África, usam muitas especiarias, como o piripíri, a comida é mais condimentada, tem mais molho e fritos." Os migrantes preferem claramente o arroz ao puré de batata, que comeram pela primeira vez em Portugal. A autarquia ainda experimentou ter uma cozinha comunitária no Seminário do Fundão, a primeira habitação dos migrantes que chegam ao concelho, que só funcionou seis meses. Eram muitas as pessoas e os gostos. As refeições vêm, agora, da Escola Profissional do Fundão..É fácil encontrar trabalho.O antigo Seminário do Fundão tem sido o porto de abrigo para os refugiados, é onde vivem atualmente 16. Desde 2018, a autarquia, através do Centro para as Migrações, recebeu oito grupos ao abrigo de programas da União Europeia e do ACNUR - Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Acolheram 42 pessoas, 30 mantêm-se no Fundão e 14 já estão nas suas casas. Dezassete trabalham, em empregos que se mantiveram durante a pandemia. Não são apenas os refugiados a colmatar a falta de mão-de-obra no concelho, são também os trabalhadores temporários, os engenheiros informáticos..Estão instaladas várias multinacionais de tecnologia no concelho, empregando 700 engenheiros informáticos, isto num concelho com 12 mil pessoas..Os temporários têm vindo maioritariamente da Índia, do Bangladesh e do Nepal e deslocam-se para o concelho para campanhas agrícolas, como a apanha da cereja, a decorrer atualmente. No ano passado receberam 70 pessoas do Nepal, neste ano a covid-19 cortou as pernas a grande parte. Chegaram apenas seis destes trabalhadores, oriundos do Bangladesh e da Índia..Stanley Osuma trabalha na construção civil, na empresa de Carlos Lopes, um engenheiro civil que, nos últimos três anos, se dedica à construção de casas de aço leve (XPTO Soluções). Tem seis funcionários, dois são refugiados. "Assisti a uma apresentação do ACNUR sobre estas pessoas e, como estava a precisar de uma pessoa, disponibilizei-me para os empregar ", conta..Tem empregado refugiados, também dois ou três para a agricultura, mas dessa vez não correu bem. Na construção civil tem Stanley e Joshua William, ambos nigerianos. Joshua está há mais de um ano na empresa. Ele e Stanley são serventes de pedreiro, com as mesmas condições e os mesmos salários dos portugueses, garante Carlos Lopes..Stanley Osuma pode agradecer ao bom desempenho de Joshua a sua contratação. "Este pessoal vem com vontade de trabalhar, contrariamente ao que acontece com o pessoal de cá. Querem aprender e fazer alguma coisa", justifica o empresário..Stanley e Blessing vivem há pouco tempo na sua casa, uma habitação de renda controlada e que faz parte de um conjunto de habitações camarárias concebidas para o período de autonomização dos refugiados..Resgatados do Aquarius.O Joshua vive no Fundão há quase dois anos, é um dos refugiados resgatados ao Mediterrâneo em julho de 2018 pelo navio humanitário Aquarius, desativado em dezembro desse ano. Portugal recebeu 19 desses migrantes, mantêm-se por cá nove. Houve quem tivesse ido ao encontro de familiares noutros países europeus e houve quem saísse e voltasse, como é o caso de Habtetsion Tesfatiwet, da Eritreia, 46 anos: "Fui até França à procura de trabalho, coisas que nos passam pela cabeça", justifica. Não correu bem e atrasou o processo de integração, sendo o único que não está a trabalhar..Os migrantes do Aquarius são o primeiro grupo recebido pela Câmara do Fundão. Chegaram em setembro de 2018 e o apoio comunitário terminou a 25 de março, mantendo-se o acompanhamento da autarquia. "Todos estão a trabalhar e em casas de autonomização, à exceção de um que foi para França a meio do programa. E estamos a trabalhar na reunificação familiar de dois dos acolhidos, já que reúnem condições para trazer a família filhos menores]", explica Paula Pio, coordenadora do Centro para as Migrações..Joshua William tem 27 anos, era ladrilhador na Nigéria. Fugiu para a Líbia, onde ficou retido quatro anos, traz-lhe memórias que o fazem desviar das perguntas com gracejos. Suspira: "Não é um lugar onde uma pessoa goste de estar, não é uma boa experiência, aconteceram muitas coisas que não gosto de recordar." Resgatado pelo Aquarius, viveu dois meses na Itália antes de vir para Portugal, "o país de Ronaldo".."Estava só quando deixei o meu país, fui encontrando pessoas pelo caminho. Éramos 400 a 500 pessoas para atravessar o mar num barquito, até que fomos resgatados pelo Aquarius. Fiquei muito feliz quando cheguei à Itália, acreditei, depois, que Portugal seria bom. Estou bem aqui, não penso deixar o país, posso mudar de cidade, mas não saio de Portugal", assegura Joshua: "É um país em paz, seguro." Desde janeiro que está na sua casa..A autarquia do Fundão já se tinha disponibilizado, em 2016, para acolher refugiados. Recebeu três ou quatro jovens, não chegaram a ficar um mês. Paulo Fernandes, o presidente da CMF, recorda: "A primeira coisa que me pediram foi um mapa, perguntei se era para ver onde ficava Fundão, responderam que era para ver onde ficava Portugal na Europa. Viam o país como uma porta de entrada na Europa, alguns tinham família na Alemanha, na França. Essa história marcou-me porque vi como olhavam para Portugal, como uma plataforma.".A perspetiva dos refugiados tem mudado relativamente a Portugal, dizem as associações que trabalham com estas comunidades. E os autarcas, locais e nacionais, aprenderam que o acolhimento teria de ser feito de outra forma. No Fundão, pensaram numa intervenção mais integrada e o velho seminário surgiu como o sítio ideal para viverem, até porque tem outros migrantes e valências. Está alugado à Diocese da Guarda por 25 anos. Tem capacidade para 300 pessoas e, além de refugiados e alunos dos PALOP - os 70 residentes regressaram aos seus países devido à pandemia -, tem recebido trabalhadores temporários.. Uma comunidade envolvida.Dois anos depois da primeira experiência de acolhimento aos refugiados, a autarquia voltou a receber migrantes, os resgatados pelo Aquarius. "Foi logo uma grande prova de fogo, assistimos a uma falta de solidariedade da Europa e foram os países do Sul, nomeadamente Portugal, que disseram presente", critica Paulo Fernandes..E emprego não falta no concelho. O parque industrial tem várias indústrias, algumas das quais a participar no programa de acolhimento, como a J3LP e a Twintex. Augustina Sunday está J3LP, uma fábrica de polimentos, desde outubro. Logo que chegou ao Fundão quis trabalhar. É elogiada e recebe prémios de produtividade por onde tem passado, nunca ficou parada..Tem 22 anos, deixou a "Nigéria por causa dos conflitos e da guerra". "Tinha medo, matavam as pessoas, iam às igrejas, às escolas, matavam por sermos cristãos", conta. Fugiu em junho de 2017 do seu país, sozinha, veio no grupo do Aquarius. Ela e Débora, que conheceu na Líbia, partilham a casa..Augustina viveu um ano na Líbia. "Uma vida muito difícil, tínhamos de nos esconder por não termos a mesma religião, o islamismo, andávamos de casa em casa." Esperava por uma oportunidade para se fazer ao oceano e, quando pensava ser o momento, apareceram "os piratas" na casa onde viviam cerca de 500 pessoas. Recorda: "Na Líbia, todos têm armas, levaram muitas pessoas, algumas raparigas, consegui fugir no meio da confusão. Liguei para o primeiro homem a quem tinha pago para sair da Nigéria, que me levou para outra casa." Mais três a quatro meses de espera, um novo pagamento. Um ano depois de ter fugido da Nigéria entrava num bote com 400/500 pessoas, eram 13.00. A viagem prolongou-se mais do que esperava, até que foram resgatados pelo Aquarius..Falaram-lhe em Portugal, que não conhecia. Falaram-lhe em Ronaldo, já lhe foi mais familiar. Despontada? "Não fiquei desapontada, simplesmente fiquei intrigada." Na Nigéria pensava em viver em Itália, França ou Alemanha, "até pensei que Portugal era uma parte da Itália", responde a jovem. Chegou ao aeroporto de Lisboa era de noite, nada viu, conheceu o Fundão no dia seguinte. "Gostei logo, muito calmo, tranquilo. Na Nigéria há muito barulho, muita confusão nas ruas.".Tem a sua casa, partilhada, leva uma vida tranquila no Fundão, entre o trabalho, as compras, tratar da documentação e o contacto permanente com as técnicas da CMF. Mora no centro da cidade, apanha um autocarro para o parque industrial, que fica a meia dúzia de quilómetros mas os horários entre os autocarros fazem parecer uma distância maior. Um dia, esperava na paragem para regressar a casa quando uma colega lhe ofereceu boleia, boleia que se mantém e que fez nascer uma amizade. A condutora é Carmo Fernandes, 42 anos, que reconheceu a colega da fábrica, onde está há um ano. "Damo-nos bem, é muito simpática e vamos conversando, é uma companhia", diz Carmo. De manhã, Augustina continua a apanhar o autocarro das 07.25..A jovem lapida as peças de metal, um trabalho que a satisfaz e, sobretudo, lhe garante um salário mensal. Se é de sonho? Augustina ri-se: "Não há trabalho de sonho, estou feliz com este, tenho dinheiro para as minhas coisas e mando dinheiro para a Nigéria." Daqui a cinco anos continua a ver-se em Portugal.. Encontro de nacionalidades.Gebru Mehary, um eritreu de 29 anos, está na J3LP há quase um ano, prefere a bicicleta. "Levo 20 minutos, faz-se muito bem, é o meu transporte, está sempre à hora." Também ele foi resgatado pelo Aquarius, entretanto já visitou a Bélgica, onde tem família. Faz parte de um grupo de seis eritreus que vivem no seminário. Além do já referido Habtetsion Tesfatiwet, inclui Major Tesfay, 26 anos, eletricista, que trabalha no Algarve há um ano; Abiel Hadgu, 23 anos, na Twintex há sete meses; MesKel Helete, 28 anos, na J3LP há um ano e oito meses, e Abraham Muluezi, 25 anos, a trabalhar numa pastelaria há mais de um ano..Têm a chave de casa, partilham os espaços comuns, aos fins de semana aproveitam para conhecer a cidade. Abiel foi quem deixou a Eritreia há mais tempo, em 2014; Habtetsion só o fez em 2016. Elogiam a população do Fundão, a liberdade de circulação, também os pratos de carne. Não gostam de puré de batata..A CMF optou por ter apartamentos espalhados pela cidade em vez de bairros sociais. Algumas dessas habitações são disponibilizadas aos refugiados por uma renda mensal de 50 euros. É um apoio extra ao programa de seis meses e que funciona como transição para a casa própria.."Temos um conjunto de habitações a preços controlados que foram concebidas para o período de autonomização", explica Paulo Fernandes. Acrescenta: "Temos também um programa de casas para a mão-de-obra especializada, já temos 200 camas, sobretudo na zona histórica da cidade.".Paula Pio diz que a parte psicológica é talvez a mais difícil de ultrapassar para os refugiados: "Têm muitos traumas, sofrem muito durante a viagem, são torturados, vendidos vezes sem conta, tratados como mercadoria. É muito delicado, até perceberem que estão numa situação segura e que vão deixar de ser importunados. E, depois, há um outro fator: deixam as famílias e não sabem como estão, poderão estar a passar pelo mesmo", explica a responsável, que é psicóloga de formação..Os programas de acolhimento de refugiado, da UE e do ACNUR, têm a duração de 18 meses, dividindo-se em três fases: acolhimento, integração e autonomização. As organizações que acolhem recebem uma comparticipação de seis mil euros por cada um. A primeira fase é para tratar de documentação, exames médicos, aulas da língua e cultura portuguesas; a segunda passa por encontrar um trabalho, para poder seguir para a última fase, a da autonomização.."Não temos problemas de integração do ponto de vista profissional, temos falta de mão-de-obra, a população do Fundão é muito envelhecida, temos um problema de desertificação, estas pessoas são muito importantes, não é só uma questão de solidariedade, precisamos destas pessoas", Paula Pio. Remata Paulo Fernandes: "Não há melhor forma de inclusão do que a integração profissional. E sentimos que a comunidade está profundamente comprometida e com uma disponibilidade total, não há outra forma de estar nesta questão.".Onde estão os refugiados entrevistados em 2018?.Ayoub Mahmood acaba de trocar a carta de condução de pesados que tinha no Iraque. Ri-se, emociona-se, não consegue calar que entregou os papéis em fevereiro de 2018 e só há 15 dias fez o exame. Chegou a pensar que não iria conseguir. Aterrou no aeroporto de Lisboa em maio de 2017, a sua família é uma das três que o DN acompanhou há dois anos, na reportagem "Uma nova vida longe, cá, após perder tudo (ou quase)" e que recebeu o Prémio de Jornalismo Direitos Humanos & Integração. Todos continuam em Portugal e até trouxeram familiares..Ayoub tinha um camião e transportava mercadorias quando foi raptado por traficantes, em 2012. Três anos depois fugiu de Derbendîxan, a sua cidade, no Curdistão iraquiano, com a mulher, Chyia, e os filhos Rawand, Rabin e Ravyan. Viajaram de avião até à Turquia, atravessaram de bote o Mediterrâneo até Lesbos (Grécia), numa viagem que custou 15 mil euros. Vieram para Portugal ao abrigo do Programa de Recolocação da União Europeia..A Cáritas da Caranguejeira, em Leiria, tinha-se disponibilizado para acolher refugiados, a sorte calhou aos Mahmood. Encontraram na sua presidente, Fernanda Fernandes, "uma amiga, assistente social, uma mãe". Na terça-feira 9 de junho, foi ela quem conduziu Ayoub ao exame de condução..A família acabou há um ano (maio de 2019) o programa de apoio comunitário e que dura 18 meses, tempo considerado suficiente para se autonomizarem. Nem sempre acontece, mas os Mahmood já estão por sua conta. Alugaram uma casa, Ayoub trabalha na Racentro e a carta de condução de pesados permite-lhe voltar a exercer a sua profissão. Isto depois de estar numa carpintaria, que deixou por não ter um meio de transporte, e numa churrasqueira. Chyia chegou a fazer um part-time num restaurante, mas acabou por ficar em casa. O filho mais velho, Rawanda, está a tirar o curso profissional de mecânica, os mais novos estudam nos 1.º (Ravyan) e 3.º (Rabin) ciclos..Rafat Dabah vive em Portugal há cinco anos. Ele, a mãe, as duas irmãs mais velhas e o irmão mais novo deixaram a Síria em 2011, chegaram em 2015, através do Programa da Reinstalação do ACNUR. O irmão mais velho já tinha saído para a Jordânia, depois para a Turquia; o pai morreu durante os bombardeamentos em Damasco..A fuga de Damasco concretizou-se à segunda tentativa. Saíram pela Líbia, ficaram três anos no Cairo, Egito, onde Rafat trabalhou em restaurantes e como costureiro, ofício que aprendeu com um tio. Chegados a Lisboa, o jovem ficou apenas três meses, quis tentar a sorte na Turquia. Regressou meses depois à capital portuguesa, já em 2016. Estava a ser criada a associação Pão a Pão, cujo objetivo é integrar os refugiados através do trabalho..Um ano depois surgiu o restaurante Mezze, em Arroios, com comida do Oriente, onde toda a família de Rafat trabalhou. Em abril de 2019, juntou-se-lhes o irmão mais velho. A família deixou o Mezze em janeiro com o sonho de abrir um restaurante de comida síria, sonho interrompido pela pandemia. Procuram trabalho..Nuno Mesquita, o presidente da associação, defende a rotatividade. No futuro, pretendem abranger outros migrantes além dos refugiados. "Estamos a candidatar-nos a apoios para que, em colaboração com a Universidade Nova e a Escola de Hoteleira de Lisboa, o Mezze tenha cada vez mais uma componente educativa e formativa.".Narean Qasim e os três filhos, Adnan, Rony e Thurayah, chegaram em fevereiro de 2017 no âmbito do Programa de Recolocação. Nos primeiros 18 meses foram acompanhados pelo Serviço de Jesuítas aos Refugiados, agora pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Vivem em Santa Iria de Azoia..A família fugiu da Síria em 2013, chegou à Turquia. O marido ficou a trabalhar para ganhar dinheiro para o resto da viagem, Narean e os filhos apanharam um bote para Lesbos, chegaram à Macedónia, esbarraram na fronteira. Não conheciam Portugal mas foi a única alternativa para sair do campo de refugiados. Em outubro, o marido juntou-se à família através do reagrupamento familiar, estão a tentar trazer os pais..Narean e o marido estão desempregados, o filho mais velho, Adnan, tira um curso profissional de hotelaria, Rony está no 3.º ciclo e Thurayah no 1.º.