O movimento já está rua a recolher as 7500 assinaturas que são necessárias para fazer nascer uma nova força política em Portugal, o Partido Democrático Europeu (PDE), que será liderado por Tiago Matos Gomes, ex-presidente do Volt Portugal. "Esperamos no próximo verão ter tudo pronto para entregar no Tribunal Constitucional", afirma ao DN o também antigo jornalista, tendo em vista concorrer já às eleições Europeias de 2024..Mesmo sem ter o estatuto formal de partido, os princípios e base ideológica do PDE foram apresentados na passada quinta-feira, dia 15 de Setembro, Dia Internacional da Democracia. O que aconteceu a par do anúncio da criação do European Star Party, o partido-mãe, de cariz europeu e o primeiro transeuropeu a nascer em Portugal, e que vai tentar fazer caminho na Ucrânia, Itália, Alemanha, Reino Unido, Polónia e Espanha. "O PDE é o partido que faltava à democracia portuguesa e europeia. Este é o partido que quer ser a verdadeira alternativa ao PS e ao PSD", garante Tiago Matos Gomes..E porque liderou o Volt Portugal - um partido pan-europeu-, o fundador do PDE quer marcar as devidas diferenças. "O Volt Portugal foi-se colocando à esquerda e falando cada vez mais para um nicho, muito virado para os jovens. Este novo partido está ao centro e quer falar para o eleitorado do PS e PSD, para a classe média sobre os seus problemas, a mobilidade, transportes, salários, segurança"..Tiago Matos Gomes garante que o PDE quer ser uma "força abrangente, que quer captar pessoas de todas as áreas". Por isso uma força de centro, moderada e reformista, com dois valores: o eurofederalismo e a ecologia.."Somos do centro, estamos entre a social democracia e o social liberalismo. Estamos em Portugal entre o PS, de centro-esquerda, e o PSD, de centro-direita. Somos moderados porque recusamos os extremismos e os populismos, à esquerda e à direita. Não nos revemos na esquerda identitária nem na direita conservadora. Temos políticas e propostas equilibradas, baseadas na evidência científica e em exemplos de sucesso praticados noutros pontos da Europa e do mundo", assume o fundador do PDE..Sobre o reformismo, Tiago Matos Gomes sublinha a necessidade mudar estruturalmente o país nos seus vários setores para que Portugal "de uma vez por todas esteja no pelotão da frente entre os Estados da União Europeia"..A vocação ecológica está interligada ao eurofederalismo já que, defende o líder do PDE, "temos urgentemente de mudar de hábitos, desde a escala pessoal e familiar à escala de governos, Estados e continentes". Daí, diz, "a escala europeia ser tão importante também para revolver este problema bem como, existindo uma federação, ter voz e poder para influenciar boas práticas no resto do mundo"..No site daquele que será o novo partido - https://www.partidoeuropeu.org/ - aponta-se à criação de um futuro governo-sombra de 12 pastas: Economia e Finanças; Educação, Ciência e Tecnologia; Europa e Assuntos Externos; Ambiente e Energia; Saúde; Justiça; Cultura e Desporto; Defesa e Segurança Interna; Planeamento e Organização Territorial; Agricultura e Mar; Infraestruturas e Mobilidade; Trabalho e Segurança Social..Tiago Matos Gomes explica que a ideia é que o partido não seja unipessoal, mas que tenha rostos que possam protagonizar as propostas em cada pasta..Para já com ele tem na estrutura de direção do movimento dois vice-presidentes: Tiago Romão, que ainda pertenceu por pouco tempo ao Volt Portugal, e Rebeca Gradissimo, que integrou a mesma força política. O líder da Juventude Europeia (a estrutura jovem do partido) é João Sousa..O processo de recolha de assinaturas e trabalho nas redes sociais são para Tiago Matos Gomes essenciais para dar a conhecer a nova força e conseguir vir a dar-lhe mais sucesso eleitoral do que o anterior partido que liderou.."Bom, nós sabemos que ser moderado não está na moda, que posições populistas e extremistas chamam mais a atenção e que o facilitismo e o simplismo é mais facilmente captado e entendido. Mas nós faremos o nosso caminho, este projeto é uma maratona, não é um sprint. Estaremos muito próximos da sociedade civil", assegura Tiago Matos Gomes..paulasa@dn.pt