Tancos: há ainda um suspeito à solta. Ex-militar escapou à operação da PJ por estar fora do país
Há um suspeito que ainda não foi detido pela PJ por não se encontrar em nenhuma das moradas indicadas no mandado de captura. Trata-se de um homem que prestava serviço nos paióis na altura do roubo.
A operação desencadeada na manhã desta segunda-feira pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e pela Polícia Judiciária (PJ), destinada a deter presumíveis evolvidos no assalto aos paióis de Tancos, tinha nove alvos definidos. Oito civis foram detidos, mas um nono suspeito escapou às autoridades.
Trata-se de um ex-militar que estava contratado no Exército na altura do roubo e que terá recebido dinheiro do grupo de assaltantes para dar informações sobre as rotinas de segurança e sobre o material que estava guardado nos paióis. Não estava em nenhuma das moradas previstas pelos investigadores e, segundo apuraram entretanto, estará fora do país.
Este ex-militar já não está ao serviço do Exército mas terá entrado ou tentado entrar na GNR recentemente.
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Um outro militar, este no ativo no Exército, foi entretanto convocado para ser ouvido no DCIAP no âmbito também deste inquérito que investiga o furto das munições, granadas e explosivos de Tancos, em junho de 2017. Foi inquirido na segunda-feira à tarde pelo DCIAP e pela PJ como testemunha e saiu como testemunha.
Segundo um comunicado do Estado-Maior-General do Exército, este ramo das Forças Armadas recebeu um "mandado de comparência" para um militar no ativo "se apresentar junto de autoridade judiciária para ser inquirido no inquérito que investiga as circunstâncias em que ocorreu o furto de material de guerra".
Ao que o DN conseguiu apurar será um cabo a quem o comandante do Regimento de Engenharia 1 instaurou um processo disciplinar na sequência do processo de averiguações interno, dois dias depois do furto, para apurar falhas de segurança aos paióis.
Segundo o relatório do Ministério da Defesa, "Tancos - Factos e documentos" -, ficou provado que, apesar de o militar saber que não tinham sido realizadas quaisquer rondas pelos soldados da Guarda de Polícia aos Paióis Nacionais de Tancos (PNT) na noite em que se estima ter ocorrido o furto, incitou os soldados da Guarda de Polícia aos PNT a prestarem falsas declarações, no sentido de que as tinham realizado, no âmbito do processo de inquérito à Policia Judiciária Militar, detalhando horas e parelhas de militares das alegadas rondas.
Este processo disciplinar iniciou-se no dia 14 de agosto de 2017, tendo o despacho decisório determinado a aplicação de uma pena de seis dias de proibição de saída sido proferido no dia 17 de novembro. A pena foi cumprida
A operação do DCIAP e da PJ desta segunda-feira tem por base "factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, furto, detenção e tráfico de armas, terrorismo internacional e tráfico de estupefacientes".
Na operação participaram três magistrados do Ministério Público e 85 investigadores da Polícia Judiciária.