Aeroporto. Crise vista como oportunidade para melhorar projeto do Montijo
As crises também podem ser oportunidades e o governo pretende aproveitar o momento para melhorar os projetos aeroportuários previstos para a região de Lisboa, recuperando atrasos.
"A crise pandémica afetou de forma avassaladora todos os setores e, de forma especial, o da aeronáutica. A recuperação da aviação e o regresso ao volume de passageiros pré-covid demorará algum tempo", começa por indicar o documento das Grandes Opções do Plano (GOP) 2021-2023, a que o DN/Dinheiro Vivo teve acesso.
"Esse período - ainda imprevisível - deve ser utilizado para recuperar o atraso que Portugal registava na oferta adequada da capacidade aeroportuária de Lisboa, fundamental para a sua economia, desenvolvendo e melhorando o projeto do novo aeroporto do Montijo e das obras no Aeroporto Humberto Delgado", acrescenta.
A pandemia desviou a urgência no arranque das obras do novo aeroporto de Lisboa situado na margem sul do Tejo, mas o ministro das Infraestruturas já veio defender que o projeto é para avançar. Em entrevista ao Dinheiro Vivo, Pedro Nuno Santos admitiu ser "difícil" o início das obras do aeroporto do Montijo ainda neste ano, mas ressalvou que Portugal não pode prescindir de aumentar a capacidade aeroportuária em Lisboa. "Nós estamos a passar por uma situação muito particular, mas que não vai durar para sempre, e, no dia em que nós voltarmos a ter procura, temos de ter capacidade de resposta, que nós já não tínhamos", afirmou.
No início de janeiro do ano passado, a ANA e o Estado assinaram o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, com um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 para ampliar o atual aeroporto de Lisboa e transformar a base aérea do Montijo num novo aeroporto.
O governo quer mesmo avançar com uma tarifa social de Internet para as famílias mais carenciadas.
"A implementação da nova geração de comunicações móveis (5G) e o acesso a internet generalizado de toda a população deverão prosseguir, designadamente para garantir a Escola Digital, através da atribuição das frequências por leilão e pela cobertura gradual do país em redes de fibra, bem como pela oferta de tarifa social acessível aos portugueses elegíveis para prestações sociais", indica o documento aprovado na passada quinta-feira em Conselho de Ministros.
Nesta versão revista das GOP 2020-2023, o governo também destaca o papel das comunicações, em concreto da 5.ª geração móvel, tendo em conta a nova realidade da escola à distância.
"A crise pandémica evidenciou, também, de forma muito clara, a necessidade de completar e reforçar as redes de comunicações eletrónicas, por forma a acolher a intensificação dos meios telemáticos, no trabalho, na saúde, na educação, etc.", lê-se no documento.
Paulo Ribeiro Pinto é jornalista do Dinheiro Vivo