A edição do DN de 8 de março de 1975 abria com uma foto da homenagem a Maria Isabel Aboim Inglês, que morreu a 7 de março de 1963, no Teatro São Luiz, uma "resistente antifascista", dizia a legenda da primeira pagina..Licenciada em Letras, Isabel Aboim adiou a profissão de professora por ser mãe de cinco filhos, retomando-a mais tarde. Fundou o Colégio Fernão de Magalhães, dirigiu a Associação Feminina Portuguesa para a Paz, percorreu o país em defesa da candidatura de Norton de Matos à Presidência da República. Esteve presa, também o marido (Carlos Aboim Inglês), proibiram-na de dar aulas, ao mesmo tempo que encerravam o seu colégio e a impediram de continuar o curso de Sociologia..Mais tarde, o governo de Salazar retirou-lhe os diplomas de professora do ensino oficial e do particular. Isabel Aboim abriu um ateliê de modista, deu aulas particulares, fez traduções. Morreu aos 61 anos..Uma história de vida que se homenageou a 7 de março de 1975, no mesmo dia em que o então presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Caldeira Rodrigues, anunciou "que o nome daquela resistente antifascista" iria ser dado a um largo de Pedrouços..No mesmo dia em que o DN noticiava o início das comemorações do Dia Internacional da Mulher, milhares de portugueses desfilaram por Lisboa, com o Movimento Democrático de Mulheres a encabeçar a manifestação.