Estado da Nação. Ritmo de crescimento abranda e investimento ainda não recuperou

Em 2018, o PIB deve crescer 2,3%. No último ano tinha registado o maior crescimento do século ao chegar aos 2,7%.
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Portugal tem mais carros novos, o preço das casas e as rendas continuam a subir, o crédito a particulares voltou a aumentar, a taxa de desemprego desceu, mas o emprego precário mantém-se. A economia cresce, mas o ritmo começa a abrandar e o investimento ainda está abaixo dos valores de antes da crise.

Em vésperas do debate do Estado da Nação, no Parlamento, o DN/Dinheiro Vivo selecionou um conjunto de indicadores que tentam capturar um retrato do país nos últimos quatro anos. O período inclui o último ano e meio do mandato do anterior governo PSD-CDS e os primeiros três anos do executivo de António Costa.

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No final de junho, o ministro das Finanças, Mário Centeno, assumiu que ainda não existe uma fórmula para o "crescimento económico perpétuo" e bem que po de aplicar esta máxima à economia portuguesa. O produto in terno bruto (PIB), que mede a riqueza que o país produz num ano, registou em 2017 o maior crescimento desde o início do século: 2,7%. Mas este ritmo de crescimento vai abrandar e a previsão para 2018 é de 2,3%. Um outro indicador que mede o pulso à economia é o investimento, que tem recuperado. A formação bruta de capital fixo (FBCF) em percentagem do PIB apresenta uma trajetória de subida, apesar de em 2016 ter "escorregado" para, um ano depois, voltar a recuperar. Mesmo assim, longe dos valores antes da crise, em que a FBCF correspondia a mais de 22% do PIB.

Quando António Costa ainda estava na oposição e em ambiente de pré-campanha eleitoral para as legislativas de 2015, elegeu os "sete pecados capitais" do governo de Pedro Passos Coelho. Entre eles estava o combate ao desemprego e à precariedade laboral. Se no primeiro caso o atual executivo pode festejar, já em relação aos contratos precários nem tanto. O nível de precariedade medido pelos contratos a termo, recibos verdes e avenças ronda os 22% do total do emprego. É o terceiro valor mais elevado na União Europeia.

Défice e dívida. São dois indicadores sempre citados para avaliar a "saúde" das contas públicas. Desde 2014 que o saldo tem vindo a melhorar e não fosse a capitalização da Caixa Geral de Depósitos, no ano passado o valor seria de 0,9% do PIB. Bruxelas acabou por ganhar o braço-de-ferro com Mário Centeno empurrando o défice para 3%. Quanto ao valor da dívida, depois de um ligeiro aumento em 2016, voltou a descer no ano passado e o governo promete chegar a dezembro com um valor a rondar os 122% do PIB.

[Texto publicado na edição impressa de dia 8 de Julho]

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