"A Indonésia deixou de ser membro das Nações Unidas" era a manchete do Diário de Notícias a 8 de janeiro de 1965. A decisão tinha sido anunciado por Sukarno, o presidente do país asiático e na sua origem estava a confrontação com a Malásia, então um novo país após ter deixado de ser colónia britânica. Para Portugal era uma decisão relevante, como mais tarde se veio a demonstrar, em 1975, com a invasão de Timor-Leste pelos indonésios..Esta saída da ONU foi temporária, pois no ano seguinte o general Suharto, que já era de facto o poder, controlava o governo (em 1967 afastou Sukarno definitivamente) e promoveu o regresso da Indonésia às Nações Unidas, o que se concretizou em setembro de 1966. Nesta altura, o conflito com a Malásia estava terminado. Pelo meio, a Indonésia ainda patrocinou uma nova organização, a CONEFO, que agrupava países emergentes e pretendia ser uma alternativa à ONU..Nesta edição, dava-se conta da reação britânica. "A Inglaterra responderá a qualquer agressão da Indonésia contra a Malásia", lia-se na primeira página do DN..Outras temas destacados eram a presença de Franco Nogueira, ministro dos Negócios Estrangeiros português, na reunião da NATO em Paris, em que se discutiu a situação no Congo, e também a alegada investigação de "sábios norte-americanos" que concluía que "uma guerra atómica poderá não constituir o fim do mundo".