Após o 25 de Abril seguiram-se tempos turbulentos em busca do modelo de regime a colocar em vigor..Em agosto de 1975, após a queda do IV Governo Provisório da República Portuguesa, viveu-se em Portugal um Verão Quente, não devido ao aquecimento global, mas por causa do abrasador clima político. Vasco Gonçalves, chefe do governo recém-caído, organiza a criação de um Diretório para prosseguir a Revolução tal como a entendia o Movimento das forças Armadas (MFA)..Em reação, Melo Antunes, membro da Comissão Coordenadora do Programa do MFA e conselheiro de Estado, elabora um documento, em véspera da tomada de posse do V Governo Provisório, que faz chegar ao Presidente da República. Conhecido por "Documento dos Nove", o abaixo-assinado defende um projeto baseado numa democracia política, pluralista, assente nas liberdades, direitos e garantias fundamentais, em oposição ao caminho de coletivismo do modelo soviético que sentia que Portugal estava a trilhar..Ou seja, Melo Antunes propunha um programa de esquerda de reformas moderadas, num documento assinado por figuras como Vasco Lourenço, Canto e Castro e Vítor Crespo e que tinha a concordância de outros nomes como Salgueiro Maia e Ramalho Eanes..Porém, esse documento caiu mal no seio do Diretório, o grupo de militares das forças armadas que estavam em funções de governo até o governo provisório seguinte entrar em funções, algo que iria acontecer precisamente a 8 de agosto de 1975, precisamente quando o DN fez manchete com a condenação severa por parte do diretório do "Documento Melo Antunes".."Diretório condena severamente o divisionismo do 'Documento Melo Antunes'", era o destaque da primeira página do nosso jornal nesse dia.
Após o 25 de Abril seguiram-se tempos turbulentos em busca do modelo de regime a colocar em vigor..Em agosto de 1975, após a queda do IV Governo Provisório da República Portuguesa, viveu-se em Portugal um Verão Quente, não devido ao aquecimento global, mas por causa do abrasador clima político. Vasco Gonçalves, chefe do governo recém-caído, organiza a criação de um Diretório para prosseguir a Revolução tal como a entendia o Movimento das forças Armadas (MFA)..Em reação, Melo Antunes, membro da Comissão Coordenadora do Programa do MFA e conselheiro de Estado, elabora um documento, em véspera da tomada de posse do V Governo Provisório, que faz chegar ao Presidente da República. Conhecido por "Documento dos Nove", o abaixo-assinado defende um projeto baseado numa democracia política, pluralista, assente nas liberdades, direitos e garantias fundamentais, em oposição ao caminho de coletivismo do modelo soviético que sentia que Portugal estava a trilhar..Ou seja, Melo Antunes propunha um programa de esquerda de reformas moderadas, num documento assinado por figuras como Vasco Lourenço, Canto e Castro e Vítor Crespo e que tinha a concordância de outros nomes como Salgueiro Maia e Ramalho Eanes..Porém, esse documento caiu mal no seio do Diretório, o grupo de militares das forças armadas que estavam em funções de governo até o governo provisório seguinte entrar em funções, algo que iria acontecer precisamente a 8 de agosto de 1975, precisamente quando o DN fez manchete com a condenação severa por parte do diretório do "Documento Melo Antunes".."Diretório condena severamente o divisionismo do 'Documento Melo Antunes'", era o destaque da primeira página do nosso jornal nesse dia.