Exclusivo Dídio Pestana e Nuno Lopes com marca forte em Locarno

Sobre Tudo e sobre Nada é a descoberta de um cineasta, Dídio Pestana, numa edição do festival de Locarno marcada por muito cinema português. O ator Nuno Lopes impressionou também em Le Vent Tourne, coprodução franco-suíça. A 71.ª edição do festival termina no sábado com a entrega do Leopardo de Ouro.

Amostra feliz do novo cinema português neste ano no Festival de Locarno. A 71.ª edição levou de Portugal um foco com filmes em regime de work in progress, cinema experimental, comédia e drama puro e duro. O destaque nesta primeira metade do festival terá de ir para a estreia de Dídio Pestana, o operador de som dos filmes de Gonçalo Tocha e Filipa César. Sobre Tudo e sobre Nada é quase uma hora e meia de um género muito específico: o filme diário pessoal. Pestana filma os últimos oito anos da sua vida íntima (a vida profissional confunde-se com tudo o resto) com uma câmara Super 8, narrando ele próprio o seu quotidiano como músico e cineasta em Berlim, bem como as deslocações para os quatro cantos do mundo entre concertos e filmagens.

A intimidade em cinema é das coisas mais delicadas e Pestana é de um pudor assinalável, em especial quando expõe a sua vida amorosa, descrevendo as dores de coração de duas separações. Com um dispositivo sonoro muito composto e arrumado, Sobre Tudo e sobre Nada é aquilo que se pode chamar de filme-ensaio fulgurantemente romântico.

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