Exclusivo O café de Pessoa e de outros lisboetas
O Martinho da Arcada é o mais antigo café de Lisboa que, estoicamente, continua vivo na Baixa pombalina. Aberto há 238 anos, foi poiso frequente de Fernando Pessoa, Almada Negreiros, José Saramago, lugar de tertúlias, conspirações e revoluções. Com a pandemia passa por mais um desafio, mais um entre muitos.

Espaço do restarante do Martiho da Arcada, aberto há 238 anos.
© Reinaldo Rodrigues/Global Imagens
Já são pouco os cafés abertos que tiveram um lugar na história de Portugal. Locais que foram outrora centros privilegiados para a discussão política, social e cultural e que marcaram a agenda das cidades e de um país inteiro. Nos anos 1980 foram sendo substituídos por agências bancárias que, por sua vez, estão hoje a ser substituídas por mercearias e lojas de bugigangas com gentes do Oriente.
Mas há resistentes, poucos. O Martinho da Arcada, que desde 1782 está debaixo das arcadas da Praça do Comércio, é um deles. Começou como Casa da Neve, um dos fornecedores de gelo para a Casa Real portuguesa, e passou a Martinho em 1845, quando foi comprado por Martinho Bartolomeu Rodrigues. É hoje o café mais antigo de Lisboa em atividade.

Nos últimos 30 anos, o Martinho da Arcada é propriedade de António de Sousa, que agora gere o espaço com o filho mais velho.
© Reinaldo Rodrigues/Global Imagens