Como é que se escolhe as cinco melhores praias onde alguém já esteve? As mais marcantes acabam por estar logo na ponta da língua e só à quarta ou à quinta começa alguma dúvida a surgir. O local onde se encontra, o mar, a areia, a vegetação, o acesso, a companhia com que se estava, o momento da vida, tudo influi na decisão de fazer um top 5 das praias mais bonitas do mundo. Não foi fácil, mas depois de centenas e centenas de viagens em lazer e em trabalho (para a revista Volta ao Mundo), aqui estão elas, as praias da minha vida, fora de Portugal. Em comum todas têm duas características: temperatura da água acima dos 26 graus e enquadramentos naturais que podiam ter sido sonhados. E mais uma coisa: todas elas me deixaram sem palavras quando lá cheguei..Ses Illete.Formentera, Espanha.As Caraíbas a uma hora e pouco de Portugal. Foi essa a sensação ao chegar à ilha de Formentera, a irmã mais pequena das Baleares. São muitas as opções de praia por aqui, mas Ses Illetes é especial. Fica bem na área do Parque Natural de Ses Salines de Evissa e Formentera, na ponta norte da ilha, península de Es Trucador. Não é uma praia de areal vasto, são apenas 450 metros divididos em duas partes com uma área rochosa no meio. O encanto vem dessa simplicidade, de um tom - e temperatura - de água impressionante a fazer lembrar as paragens das ilhas caribenhas. Atenção ao estacionamento nas proximidades. Enche rapidamente, mas é mais fácil para motorizadas e bicicletas do que para automóveis, apesar de pago. Nas redondezas há restaurantes e bares para refeições rápidas, mas tudo a preços proibitivos. Avie-se antes no supermercado e aproveite uma das praias mais bonitas do mundo..Anse Source d'Argent.Seychelles.É indiferente que esteja constantemente a ser votada como uma das praias mais bonitas do planeta. Esta não desilude ninguém, tenha muita ou pouca gente a fotografar-se junto às míticas rochas da ilha de La Digue, Seychelles. São várias enseadas com vegetação até ao mar, com um areal curto onde a água chega a 30 graus. O acesso faz-se por um caminho de terra dentro de uma propriedade privada (cerca de 10 euros o bilhete diário), há tartarugas para ver e alimentar pelo caminho e dois pequenos bares escondidos nas rochas com cocktails que valem a pena. É uma praia silenciosa, de um modo geral, havendo sempre a hipótese de mudar de enseada para fugir à música que possa vir dos bares, mas nem sempre acontece. O snorkelling vale a pena, há peixe com abundância, e há também uma matilha de cães vadios nadadores que brincam nas ondas. Chegue cedo, porque a partir das 09.30 desembarcam os passageiros dos navios de cruzeiro. Depois das três da tarde volta o sossego. Alugue uma bicicleta para lá chegar. O supermercado mais próximo, com a cerveja mais fresca, está a dez minutos de pedalada..White Haven.The Whitsundays Islands, Austrália.A caminhada termina num miradouro. Lá em baixo está White Haven, a praia perfeita. Fica nas ilhas Whitsunday, entre a costa de Queensland e a Grande Barreira de Coral, na Austrália. Todos os dias esta praia é diferente, e todos os dias é uma das mais bonitas do mundo. As correntes levam e trazem areia branca, daquela que cega o olhar, construindo bancos, pequenas ilhas, istmos, penínsulas que surgem e desaparecem com as marés. Nos baixios, há pequenos tubarões a nadar, inofensivos mas que metem respeito. As horas são passadas nestas piscinas naturais, poças de água quente, às vezes esfriadas pela água que chega do mar de Coral, mesmo ali ao lado. Não tem qualquer infraestrutura de apoio nas proximidades, e ainda bem. Leve água, chapéu e protetor solar com fartura. E um smartphone ou uma máquina fotográfica estanque, se quiser trazer algumas das fotografias mais espetaculares da sua vida..Playa Rincón.República Dominicana.A pé, a cavalo, de barco ou em todo-o-terreno. Só assim se chega a este pedaço de paraíso que já deixou de ser um segredo. Quando lá estive, com a equipa do programa de televisão da Volta ao Mundo, era toda nossa. Foram quatro horas de sonho, entre gravações, um almoço de arroz, lagosta, peixe e banana cozinhada na hora, mergulhos, quinze minutos de sesta na toalha, piñas coladas e mais mergulhos. Tudo com os coqueiros debruçados sobre o areal e dois ou três miúdos a ensaiar saltos para a água desde o topo das árvores. Ao longe até tocava uma bachata vinda do restaurante comunitário escondido na sombra. A Playa Rincón fica a 15 minutos de Las Galeras, na região de Samaná, República Dominicana. Ainda não tem nenhum resort lá plantado, por isso há que aproveitar. Quase todos os hotéis da região já organizam excursões de um dia para este naco de céu na terra..Nacpan Beach.El Nido, Filipinas.Em menos de um ano estive três vezes nas Filipinas: em trabalho, em férias e em lua-de-mel. Foi, claramente, amor à primeira, segunda e terceira vistas. A ilha de Palawan (uma das 7641 que compõem as Filipinas) foi e - ainda é - um caso sério no meu top de popularidade. Em especial o norte da ilha, na zona de El Nido. Não é, no entanto, mesmo em El Nido que está a praia do meu sonho. É a cerca de 15 quilómetros, a Nacpan Beach. Uma pequena península, dois areais, duas costas (uma de água mais quente do que outra), uma língua de areia. Pouca gente, muito espaço, a sensação de se fazer parte da capa da Volta ao Mundo. Além desta, não consigo esquecer as de Corong-Corong, uma pequena localidade junto à estrada e ao mar ou a Hidden Beach, escondida numa das muitas ilhas junto a El Nido. Aliás, o top 5 poderia perfeitamente ser todo feito nesta área das Filipinas.....e ainda mais uma:.Koh Ta Kiev.Camboja.Praia no Camboja? Exato. Não é o primeiro destino que vem à cabeça quando se pensa em mar, areia, coqueiros, sol, paraíso. Ou melhor, não era. Koh Ta Kiev é uma pequena ilha ao largo do sul do Camboja, a curta distância do Vietname. Aqui só há eletricidade das 18.00 às 22.00, raro sinal de telemóvel e net a um roaming obsceno. Chega-se de barco, desde Sihanoukville ou Otras, e a nossa vida muda. Uma casa na árvore é sinónimo de experiência de topo, literalmente. Dez metros acima do solo, a vista para a floresta e para o mar, deitados na rede, é a recompensa de uma vida. À noite, mergulha-se no plâncton luminoso, contam-se as estrelas cadentes e janta-se sobre o oceano. Seguindo a linha de costa da ilha, e caminhando pelo seu denso interior, há outros pequenos recantos, baías e guesthouses para descobrir. E há aquela imensa vontade de nunca mais voltar a casa. Cuidado!
Como é que se escolhe as cinco melhores praias onde alguém já esteve? As mais marcantes acabam por estar logo na ponta da língua e só à quarta ou à quinta começa alguma dúvida a surgir. O local onde se encontra, o mar, a areia, a vegetação, o acesso, a companhia com que se estava, o momento da vida, tudo influi na decisão de fazer um top 5 das praias mais bonitas do mundo. Não foi fácil, mas depois de centenas e centenas de viagens em lazer e em trabalho (para a revista Volta ao Mundo), aqui estão elas, as praias da minha vida, fora de Portugal. Em comum todas têm duas características: temperatura da água acima dos 26 graus e enquadramentos naturais que podiam ter sido sonhados. E mais uma coisa: todas elas me deixaram sem palavras quando lá cheguei..Ses Illete.Formentera, Espanha.As Caraíbas a uma hora e pouco de Portugal. Foi essa a sensação ao chegar à ilha de Formentera, a irmã mais pequena das Baleares. São muitas as opções de praia por aqui, mas Ses Illetes é especial. Fica bem na área do Parque Natural de Ses Salines de Evissa e Formentera, na ponta norte da ilha, península de Es Trucador. Não é uma praia de areal vasto, são apenas 450 metros divididos em duas partes com uma área rochosa no meio. O encanto vem dessa simplicidade, de um tom - e temperatura - de água impressionante a fazer lembrar as paragens das ilhas caribenhas. Atenção ao estacionamento nas proximidades. Enche rapidamente, mas é mais fácil para motorizadas e bicicletas do que para automóveis, apesar de pago. Nas redondezas há restaurantes e bares para refeições rápidas, mas tudo a preços proibitivos. Avie-se antes no supermercado e aproveite uma das praias mais bonitas do mundo..Anse Source d'Argent.Seychelles.É indiferente que esteja constantemente a ser votada como uma das praias mais bonitas do planeta. Esta não desilude ninguém, tenha muita ou pouca gente a fotografar-se junto às míticas rochas da ilha de La Digue, Seychelles. São várias enseadas com vegetação até ao mar, com um areal curto onde a água chega a 30 graus. O acesso faz-se por um caminho de terra dentro de uma propriedade privada (cerca de 10 euros o bilhete diário), há tartarugas para ver e alimentar pelo caminho e dois pequenos bares escondidos nas rochas com cocktails que valem a pena. É uma praia silenciosa, de um modo geral, havendo sempre a hipótese de mudar de enseada para fugir à música que possa vir dos bares, mas nem sempre acontece. O snorkelling vale a pena, há peixe com abundância, e há também uma matilha de cães vadios nadadores que brincam nas ondas. Chegue cedo, porque a partir das 09.30 desembarcam os passageiros dos navios de cruzeiro. Depois das três da tarde volta o sossego. Alugue uma bicicleta para lá chegar. O supermercado mais próximo, com a cerveja mais fresca, está a dez minutos de pedalada..White Haven.The Whitsundays Islands, Austrália.A caminhada termina num miradouro. Lá em baixo está White Haven, a praia perfeita. Fica nas ilhas Whitsunday, entre a costa de Queensland e a Grande Barreira de Coral, na Austrália. Todos os dias esta praia é diferente, e todos os dias é uma das mais bonitas do mundo. As correntes levam e trazem areia branca, daquela que cega o olhar, construindo bancos, pequenas ilhas, istmos, penínsulas que surgem e desaparecem com as marés. Nos baixios, há pequenos tubarões a nadar, inofensivos mas que metem respeito. As horas são passadas nestas piscinas naturais, poças de água quente, às vezes esfriadas pela água que chega do mar de Coral, mesmo ali ao lado. Não tem qualquer infraestrutura de apoio nas proximidades, e ainda bem. Leve água, chapéu e protetor solar com fartura. E um smartphone ou uma máquina fotográfica estanque, se quiser trazer algumas das fotografias mais espetaculares da sua vida..Playa Rincón.República Dominicana.A pé, a cavalo, de barco ou em todo-o-terreno. Só assim se chega a este pedaço de paraíso que já deixou de ser um segredo. Quando lá estive, com a equipa do programa de televisão da Volta ao Mundo, era toda nossa. Foram quatro horas de sonho, entre gravações, um almoço de arroz, lagosta, peixe e banana cozinhada na hora, mergulhos, quinze minutos de sesta na toalha, piñas coladas e mais mergulhos. Tudo com os coqueiros debruçados sobre o areal e dois ou três miúdos a ensaiar saltos para a água desde o topo das árvores. Ao longe até tocava uma bachata vinda do restaurante comunitário escondido na sombra. A Playa Rincón fica a 15 minutos de Las Galeras, na região de Samaná, República Dominicana. Ainda não tem nenhum resort lá plantado, por isso há que aproveitar. Quase todos os hotéis da região já organizam excursões de um dia para este naco de céu na terra..Nacpan Beach.El Nido, Filipinas.Em menos de um ano estive três vezes nas Filipinas: em trabalho, em férias e em lua-de-mel. Foi, claramente, amor à primeira, segunda e terceira vistas. A ilha de Palawan (uma das 7641 que compõem as Filipinas) foi e - ainda é - um caso sério no meu top de popularidade. Em especial o norte da ilha, na zona de El Nido. Não é, no entanto, mesmo em El Nido que está a praia do meu sonho. É a cerca de 15 quilómetros, a Nacpan Beach. Uma pequena península, dois areais, duas costas (uma de água mais quente do que outra), uma língua de areia. Pouca gente, muito espaço, a sensação de se fazer parte da capa da Volta ao Mundo. Além desta, não consigo esquecer as de Corong-Corong, uma pequena localidade junto à estrada e ao mar ou a Hidden Beach, escondida numa das muitas ilhas junto a El Nido. Aliás, o top 5 poderia perfeitamente ser todo feito nesta área das Filipinas.....e ainda mais uma:.Koh Ta Kiev.Camboja.Praia no Camboja? Exato. Não é o primeiro destino que vem à cabeça quando se pensa em mar, areia, coqueiros, sol, paraíso. Ou melhor, não era. Koh Ta Kiev é uma pequena ilha ao largo do sul do Camboja, a curta distância do Vietname. Aqui só há eletricidade das 18.00 às 22.00, raro sinal de telemóvel e net a um roaming obsceno. Chega-se de barco, desde Sihanoukville ou Otras, e a nossa vida muda. Uma casa na árvore é sinónimo de experiência de topo, literalmente. Dez metros acima do solo, a vista para a floresta e para o mar, deitados na rede, é a recompensa de uma vida. À noite, mergulha-se no plâncton luminoso, contam-se as estrelas cadentes e janta-se sobre o oceano. Seguindo a linha de costa da ilha, e caminhando pelo seu denso interior, há outros pequenos recantos, baías e guesthouses para descobrir. E há aquela imensa vontade de nunca mais voltar a casa. Cuidado!