Exclusivo "É pegar nas mãos e arregaçar as mangas. Não tem outra maneira"
Moçambicanos parecem aceitar as vítimas mortais ou as casas destruídas com uma tranquilidade que chega a ser irritante. É uma população resiliente, destaca quem os vê de fora, após o ciclone Idai.
Uma mulher corta os ramos da árvore caída no jardim. Arranja lenha para fazer uma fogueira, está sem luz e sem gás, "qualquer coisa serve para cozinhar". As crianças brincam, andam de baloiço, depois de saírem da escola ou onde nem sequer foram porque as placas e telhas voaram. Três homens num telhado fixam uma antena.
O vendedor de suco de cana-de-açúcar voltou à Praça da Independência, na cidade da Beira, tal como o rapaz dos cocos. Tudo aparentemente normal, não fossem as filas para as caixas de multibanco, nos serviços públicos ou para conseguir água potável. A população regressa às rotinas, também a reconstruir o que está danificado. Gente resiliente, destaca quem os tem visto de fora nas semanas após o ciclone.