Aconteceu em 1939 - Como o DN acompanhou o início da II Guerra Mundial - O dia em que começou a II Guerra Mundial
Foi uma sexta-feira que mudou o curso do mundo. A 1 de setembro de 1939 a Alemanha invadiu a Polónia e principiava o maior conflito bélico da história. O Diário de Notícias fez uma edição especial para dar conta do acontecimento.

A Guerra. A manchete do Diário de Notícias de 1 de setembro de 1939 era a notícia que ninguém queria mas que já estava anunciada. "Danzig [atual Gdansk] foi anexada ao Reich", informava a capa de uma segunda edição do DN naquela sexta-feira em que a II Guerra Mundial teve início, com a invasão da Polónia pela Alemanha. Foi um suplemento à primeira edição na qual a ameaça do conflito já pairava e parecia quase inevitável, o que foi confirmado em apenas algumas horas. Dois dias depois, a Inglaterra e a França iriam declarar guerra à Alemanha e seguiram-se seis longos anos de confronto, morte e horror.

Na primeira página do DN surgia o mapa aproximado da Alemanha e da Polónia, com uma fotografia ainda de um soldado polaco. Os vários títulos indicavam que a guerra ia mesmo concretizar-se. "A Alemanha quer a guerra" era uma das chamadas da capa. "Romperam-se as hostilidades" e "Hora de angústia" eram outros títulos de uma primeira página totalmente dedicada ao acontecimento que desencadeava a II Guerra Mundial.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
No dia seguinte, 2 de setembro de 1939, o DN dava continuidade. "Começou a guerra. A Alemanha anexou Danzig e invadiu a Polónia", lia-se a toda a largura na capa da edição em que se informava que "a Inglaterra e a França decretaram a mobilização geral e exigiram a Berlim a suspensão imediata das hostilidades". Caso não fosse atendido, como hoje sabemos que não foi, os dois países anunciavam que iriam retirar os seus embaixadores da capital alemã.

Soldados alemães retiram a barreira na fronteira com a Polónia, no dia 1 de setembro de 1939.
Um dos destaques nesta primeira página era a posição de Portugal perante o conflito. "Felizmente, os deveres da nossa aliança com a Inglaterra - que não devemos eximir-nos a confirmar em momento tão grave - não nos obrigam a abandonar nesta emergência a situação de neutralidade", foi a posição do governo português em comunicação ao país.
No dia 3 de setembro, o DN noticiava que ainda não havia sido declarada a guerra pela França e pela Inglaterra, o que viria a acontecer durante esse dia. "A Inglaterra não aceita a proposta de Mussolini para a convocação imediata de uma 'Conferência dos Cinco' enquanto houver tropas alemãs na Polónia", lia-se na manchete. A edição informava também que a Alemanha continuava a bombardear a Polónia.

Bombardeamento de Danzig, atual Gdansk, em 1939.
Perante a situação, o governo de Portugal garantia que o país dispunha de "reservas suficientes para garantir o abastecimento da população".
A confirmação do conflito surgia na edição do dia 4 de setembro de 1939, refletindo os acontecimentos da véspera, com o DN a acompanhar todos os momentos destes dias históricos. "A Inglaterra e a França declararam guerra à Alemanha depois de o Reich ter rejeitado o ultimato que lhe dirigiram", foi o título principal.
Outra notícia relevante, e com destaque, era a alteração efetuada no governo inglês, com Winston Churchill "a assumir o cargo de Primeiro Lord do almirantado". Noutro destaque da capa, a foto de Churchill ilustrava o primeiro ato das hostilidades que "foi a captura do paquete alemão Bremen por navios da esquadra inglesa".