Santander renova patrocínio das seleções de râguebi por mais três anos
O Santander Portugal anunciou esta quinta-feira a renovação do protocolo de parceria que existe com a Federação Portuguesa de Rugby (FPR) por mais três anos. O banco é desde 2021 o patrocinador oficial dos Lobos - seleção nacional XV; seleção nacional de sevens; seleção nacional feminina XV; seleção nacional feminina de sevens. O objetivo é continuar a acompanhar o crescimento de um desporto, que tem valores idênticos aos da instituição, no país.
Ao abrigo da renovação do protocolo de parceria, o banco e a federação assumem o compromisso de desenvolverem ações conjuntas de apoio às seleções nacionais de râguebi, no âmbito dos jogos de apuramento para o Mundial de 2027, que se realiza na Austrália, na vertente de XV. As referidas ações conjuntas também visam os sub-18 e os sub-20 em XV, que participam nos campeonatos europeus na próxima semana, bem como da seleção nacional feminina de XV, de sevens, sub-18 e sub-20. As duas instuições irão desenvolver várias iniciativas de responsabilidade social.
Desta forma, o banco mantém o naming na frente das camisolas das seleções de râguebi
O anúncio da renovação do patrocínio aos Lobos - assim são apelidadas as seleções portuguesas de râguebi - ocorreu ao início da tarde, na sede do banco, em Lisboa, num encontro informal entre o presidente executivo do banco, Pedro Castro e Almeida, com dirigentes da FPR e jogadores dos diferentes escalões da seleção nacional XV.
"É importante para o sucesso encontrar as parcerias certas", afirmou António Folgado, vice-presidente da FPR, no momento do anúncio, a que o Diário Notícias assistiu. O presidente da FPR, Carlos Amado da Silva, não esteve presente por estar a representar a federação num encontro internacional da modalidade, em França.
Relembrando que o apoio à modalidade, através da FPR, surgiu em 2021 na sequência de um encontro fortuito com Miguel Portela, antigo jogador que esteve no França 2007 (o primeiro mundial da seleção nacional XV), e em resposta ao desafio lançado, posteriormente, por Carlos Amado da Silva, o CEO do Santander Portugal defendeu que a ligação do banco ao râguebi português é "uma aposta ganha". Admitiu que a decisão de patrocinar a FPR foi "muito criticada internamente", mas que o desempenho da seleção XV no mundial de França, em 2023, causou um "impacto enorme" e fez mudar a opiniões. "A história do underdog [equipa subestimada que supera as expectativas] gerou uma empatia muito grande", acrescentou.
O Pedro Castro e Almeida, que também praticou râguebi e continua a ser um adepto daquele desporto, notou que o râguebi representa "valores idênticos aos do banco, como a inclusão, a diversidade e o talento", justificando a renovação com o "patamar" que Portugal "está a atingir" e que é "muito importante para o banco acompanhar".
Questionado pelo DN, o CEO do Santander Portugal explicou que a "perceção sobre o râguebi mudou" e que, apesar de "ser a 18.ª modalidade mais praticada em Portugal, há um impacto diferente quando as crianças têm contacto com a modalidade". "Todos têm um lugar. No râguebi, o alto, o baixo, o magro, o gordo, todos têm um lugar e uma função na equipa", vincou, indicando que é esse espírito que a instituição quer a apoiar a expandir no país.
"O Santander é o banco mais inovador, mais rentável, com mais força. Não é necessáriamente o maior. Começámos como um underdog, tal como a seleção de râguebi. O Santander ao associar-se e dar o seu nome a este desporto está, realmente, a levar um desporto que não é muito conhecido ao panorama internacional. No último Mundial, as pessoas olhavam para Portugal e questionavam como era posssível estarmos ali. Posso dizer que viajo muito no âmbito das minhas funções e, nesta modalidade, a pouco e pouco, todos falam de Portugal e é ótimo que olhem para o país e para os jogadores como um exemplo, com uma forma de jogar que faz a diferença", argumentou, defendendo que há também impacto na diáspora portuguesa. "Em França ou na África do Sul há um acompanhamento muito grande de Portugal e os imigrantes têm um orgulho enorme", disse.
"É por isso que decidimos renovar a parceria para os próximos três anos", concluiu.
Também Tomás Appleton, capitão da seleção nacional de XV, que esteve em destaque no mundial de 2023, falou ao DN. Para o atleta "é fundamental" a renovação da parceria com "uma instituição como Santander, que se rege pelos mesmo valores, com a modalidade". "Para nós, faz sentido estarmos aliados às causas certas e às instituições certas", tendo em conta que aquele apoio é também o "reconhecimento do desempenho da seleção nacional". "Damos muito valor a isso", completou.
No entanto, o jogador referiu que é preciso distinguir a seleção e a federação da prática da modalidade. O râguebi ainda não é um desporto profissional no país. Por um lado, "a seleção precisa cada vez mais de contacto com equipas de topo mundial para mostrar do que é capaz e também para expor fragilidades". Por outro, o desenvolvimento do desporto tem de ser "multidisciplinar".
"Obviamente, somos um bocadinho o topo da pirâmide, mas tem de haver um desenvolvimento mais holístico sobre o râguebi em Portugal. O râguebi em Portugal deve ser alavancado pelo bom momento que a seleção nacional está a passar, mas, ao mesmo tempo, tem de se desenvolver a todos os níveis, sobretudo nos clubes. O nosso objetivo a longo prazo é a profissionalização dos clubes. E o râguebi nas escolas tem de ter um crescimento brutal nesta fase", afirmou, realçando que o recente desempenho desportivo tem aberto portas e que parcerias como a que existe com o Santander podem "trazer mais praticantes". "Mas tem também de ser acessível a todos", prosseguiu, referindo que há "um problema também de centralização em Portugal".
"Os grandes clubes estão muito focados na região de Lisboa, obviamente há alguns espalhados pelo país, mas o acesso ao rãguebi ainda é limitado em Portugal. Queremos que haja capacidade de jogar râguebi independentemente da zona do país, do status social, do sexo, seja do que for". Democratizar o acesso á modalidade, é isso? "Exatamente, o râguebi é um desporto para todos", respondeu.
No anúncio da renovação da parceria entre o Santander Portugal e a FPR estiveram também presentes Joaquim Meirelles, vice-presidente da FPR, Nuno Salvador, diretor de competições da federação, bem como os atletas José Lima, vice-capitão seleção nacional masculina XV, Maria João Costa, capitã da seleção nacional feminina de XV, Carlota Canto Moniz, vice-capitã da seleção nacional feminina de XV, Francisco Vasconcelos, capitão da seleção nacional sub-20 de XV, e Miguel Romero, capitão da seleção nacional sub-18 de XV.