A história tem-se repetido em Portugal, e também na região do Douro, que nos últimos anos tem conquistado a atenção de empresários brasileiros que trocaram terras de Vera Cruz pelas de Luís de Camões.Depois de Rubens Menin, o multimilionário brasileiro que já investiu mais de 50 milhões de euros na região, a Quinta de Loivos chega agora com a assinatura de Marcelo Cavalcanti, que depois de produzir vinhos na Argentina, decidiu apostar no Douro e nas suas vinhas centenárias. O investimento inicial foi de dois milhões de euros - há mais 25 milhões previstos - , num total de 12 hectares onde se contam sete de vinhas velhas e uma adega com capacidade para produzir 30 mil garrafas de vinho. Nos planos está a construção de uma nova adega - que vai significar um investimento a rondar mais um milhão de euros - cuja capacidade máxima se fixará nas 150 mil garrafas. Ainda assim, garante José Renato, o carioca que é CEO da empresa, “contamos produzir em redor de 100 mil” para que a qualidade seja sempre o foco da Quinta dos Loivos, cujas primeiras referências chegam agora ao mercado.A Quinta foi comprada em 2021, alguns anos depois de Cavalcanti ter decidido abandonar o projeto de vinhos que tinha na Argentina. Apaixonou-se pelo Douro, começou a adquirir algumas vinhas centenárias e o projeto foi ganhando dimensão e consistência. À frente da equipa de enologia está, desde o primeiro dia, Jorge Alves, um dos mais premiados enólogos nacionais. A primeira vindima foi feita ainda nesse ano, mas só agora é que as primeiras referências chegam ao mercado, sob duas marcas: Venera, os vinhos que são feitos com recurso a uvas compradas, e que se juntam a algumas das que crescem na propriedade; e Loivos, os vinhos topo de gama, produzidos a partir das vinhas próprias da Quinta. No total, são nove vinhos (seis Venera e três Loivos) que querem dar a conhecer uma nova casa onde a tradição e o passado se conjugam com o futuro do setor. Atualmente a Quinta dos Loivos está também a produzir um Vinho do Porto, “mas este é um projeto que precisa de mais tempo, uma vez que não temos vinhos guardados que possamos colocar no mercado”, diz, divertida a Diretora de Operações, Ana Mota. Os preços, nas várias referências, variam entre os 13 e os 85 euros, com os responsáveis do projeto a apalpar terreno para garantirem que estão a posicioná-los no patamar correto, numa altura em que o consumo mundial de vinho está em valores mínimos desde 1961 - segundo os dados mais recentes.Investir para crescerNa calha, estão ainda outros dois projetos que serão, na verdade, a grande alavanca do negócio: o restaurante Loivos 475, que tem abertura prevista para março de 2026 e um hotel com 31quartos e uma country house (com mais 5 quartos), com abertura prevista para 2028. À frente do Loivos 475, um espaço que a 475 metros de altitude, sob o miradouro de Casal de Loivos, está concessionado à Quinta dos Loivos, ficará o chef Vítor Adão. Com espaço para pouco mais de 30 pessoas, o restaurante quer servir acima de tudo comida leve que faça a ligação com a região e com os vinhos produzidos na propriedade.O cozinheiro é responsável por todos os projetos gastronómicos da Quinta dos Loivos e será ele a desenhar a ementa do restaurante. Nos vinhos, o nome escolhido foi o do escanção Manuel Moreira, a cargo de quem estará a curadoria da garrafeira com mais de 150 referências e a consultoria do serviço de vinhos.Já o Loivos Lodge, o boutique hotel que o grupo quer inaugurar - “sem pressa, fazendo bem”, vai dizendo José Renato - contará com três dezenas de suítes a rondar os 35m2 e todas elas com vista para a paisagem escarpada do Douro. Além disso, haverá lugar a um outro restaurante, um bar e um spa. Instalado na Quinta com doze hectares, o Loivos Lodge terá 31 suítes, todas semelhantes em tamanho - cerca de 35 m2 - e na vista sobre a paisagem do Douro, além de spa, bar, um segundo restaurante e receção, que ocupam um antigo casarão localizado à entrada de Casal de Loivos. Ambos os projetos contam com projeto de arquitetura de Carlos Castanheira. .Milionário brasileiro quer mais quintas no Douro onde já investiu 65 milhões