Portugal deverá captar investimento de 198 milhões este ano
Portugal deverá captar investimento de 198 milhões este anoGerardo Santos / Global Imagens

Portugal deverá captar investimento de 198 milhões este ano, menos 8% que em 2024

Segundo um relatório da capital de risco Atomico, trata-se de uma descida face aos 215 milhões de euros do ano anterior, "ocupando a 14.ª posição na Europa em capital total investido".
Publicado a
Atualizado a

Portugal deverá captar investimento de 230 milhões de dólares (198 milhões de euros) este ano, uma descida de 8% face a 2024, de acordo com o relatório Estado da Tecnologia Europeia 2025 da capital de risco Atomico divulgado esta quarta-feira, 19.

O estudo 'State of European Tech - SoET5' (em inglês) refere que "Portugal deverá captar 230 milhões de dólares em 2025, uma descida face aos 250 milhões [215 milhões de euros, à taxa de câmbio atual] do ano anterior, ocupando a 14.ª posição na Europa em capital total investido".

No relatório, a Atomico adianta que "35% dos inquiridos em Portugal estão mais otimistas quanto ao futuro da tecnologia europeia do que estavam em 2024, enquanto 38% mantêm a mesma perspetiva".

Destaca também o unicórnio Tekever, que ultrapassou o valor de mercado de mil milhões de dólares em 2025, "colocando Portugal entre os 11 países europeus com empresas que atingiram esse marco".

O relatório sobre o estado de arte da tecnologia na Europa confirma que esta está "numa encruzilhada", já que "nunca houve melhor altura para se ser fundador de uma empresa tecnológica" na região, uma vez que "o continente tem o talento, a ambição e as ideias para liderar", mas "ainda não se apercebeu de todo o seu potencial no cenário global".

Nesse sentido, neste 11.º relatório da Atomico é apresentado um "roteiro ousado para a ação e um apelo à mobilização para impulsionar a primeira empresa tecnológica europeia avaliada em triliões de euros".

O setor tecnológico europeu vale agora "quase quatro triliões de dólares - o equivalente a 15% do PIB [produto interno bruto] -" e conta, atualmente, com quase 40.000 empresas tecnológicas com financiamento, "comparativamente com menos de 10.000 em 2016".

A tecnologia "já não é um setor, é a força motriz que está a remodelar tudo: a forma como governamos, defendemos, abastecemos as nossas casas, gerimos o dinheiro e prestamos cuidados de saúde", afirma Tom Wehmeier, 'partner' e 'head of intelligence' na Atomico, citado em comunicado.

"A soberania na tecnologia não tem a ver com protecionismo, mas sim com agência e escolha – construir a capacidade, a confiança e o capital para moldar o futuro, mantendo a liberdade de agir de forma independente e liderar nos termos da própria Europa", considera.

O relatório identifica quatro ambições para a Europa: facilitar a criação, o crescimento e a expansão além fronteiras europeias, em grande escala; tornar a Europa o destino de eleição para os talentos mais ambiciosos do mundo; mobilizar o capital próprio da Europa para impulsionar mercados profundos e completos, adequados para campeões globais; e fortalecer a cultura de risco como infraestrutura fundamental.

Na última década, a base de inovação na Europa passou para 2.850 investidores ativos (contra 1.350 em 2016).

"A Europa é o lar da empresa com o crescimento mais rápido de todos os tempos, a Lovable. 28 empresas já ultrapassaram a marca de avaliação de mil milhões de dólares este ano, o ano mais forte desde 2022, elevando o número total para mais de 400", aponta o relatório.

O sul da Europa "recebeu três unicórnios em 2025, chegando a um total de 25". Espanha registou um aumento de 18% no capital investido em relação ao ano anterior e agora tem 12 unicórnios, mais um que no ano passado, "com o impulso da IA a crescer através de empresas como a Multiverse Computing (última ronda de financiamento de 208 milhões de dólares) e a TravelPerk (última ronda de financiamento de 200 milhões de dólares)". A Itália também somou um unicórnio este ano.

O relatório The State of European Tech é elaborado pela Atomico em parceria com a Amazon Web Services, a Orrick, o HSBC Innovation Banking e a Slush.

O inquérito decorreu entre setembro e outubro deste ano e foram recebidas respostas de mais de 2.500 respostas totalmente qualificadas.

image-fallback
Portugal precisa de reformas para captar mais investimento estrangeiro, diz OCDE

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt