O ministro das Finanças prevê que o “grande efeito” da redução do IVA da construção de 23% para 6% surja apenas a partir de 2027, porque o impacto não é imediato.“Esta é uma medida muito importante, mas de médio-longo prazo. Não vai ter efeitos muito significativos já em 2026. Os projetos demoram algum tempo até terem a sua aprovação e, depois, os construtores poderem começar a construir”, afirmou Joaquim Miranda Sarmento, durante uma audição, esta sexta-feira, 24, no parlamento, sobre a proposta de lei do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026).Na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), Joaquim Miranda Sarmento explicou que o IVA de 6% irá aplicar-se “para novos projetos entrados nas câmaras”, o que acontecerá “no momento em que a lei entrar em vigor”, previsto para 2026. No entanto, frisou, o reflexo não será imediato.“O grande efeito vai-se começar a sentir em 2027, por este ‘delay’ [diferimento] que existe entre a apresentação dos projetos, a sua aprovação e o início das obras”, referiu.O primeiro-ministro anunciou em 25 de setembro que o Governo vai propor ao parlamento a redução da taxa de IVA para 6% para a construção de casas para venda até 648.000 mil euros ou, no caso de casas destinadas ao arrendamento, com rendas até 2.300 euros.Este regime fiscal irá vigorar até 2029, disse então o chefe de Governo.Luís Montenegro admitiu que o IVA reduzido para a construção de casas para arrendar até 2.300 euros pode ser um valor que "soa um pouco elevado”, mas defendeu que se trata de “um teto máximo” e que pretende abranger a construção de casas para famílias nas zonas de maior pressão, como Área Metropolitana de Lisboa e do Porto.A medida faz parte do pacote “Construir Portugal - Arrendamento e simplificação”, pensado para reforçar a oferta de habitação a preços acessíveis, integrando medidas em articulação com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).A proposta de lei de redução do IVA ainda não deu entrada no parlamento, não fazendo parte da iniciativa do OE2026. .OE2026: Miranda Sarmento diz que número de funcionários públicos não pode continuar a aumentar