Novobanco vai avançar com entrada em bolsa
O Novobanco confirma que vai "iniciar um processo de oferta pública das ações do banco (IPO)" no próximos meses. Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o banco que nasceu do antigo BES informa que recebeu indicação formal da Nani Holdings, a que pertence o fundo Lone Star, para avançar com a operação, "a qual foi comunicada igualmente aos restantes acionistas, o Fundo de Resolução e o Estado Português, através da Direção-Geral do Tesouro e Finanças", lê-se no comunicado.
O banco liderado por Mark Bourke diz que "irá trabalhar em coordenação com os seus acionistas na implementação do IPO nos próximos meses".
O fundo Lone Star detém 75% do capital do Novobanco, sendo que o Fundo de Resolução tem 13,04% das ações e a Direção-Geral do Tesouro e Finanças 11,96%.
Numa mesagem enviada hoje aos trabalhadores, a que a agência Lusa teve acesso, o presidente executivo do Novobanco diz que a entrada em bolsa deve acontecer no verão. O “timing efetivo do IPO está ainda dependente das condições do mercado”, diz Mark Bourke, mas “se as condições forem favoráveis, as janelas de mercado prováveis são o final do segundo trimestre ou o final do terceiro trimestre deste ano”, lê-se na comunicação interna.
O CEO diz que a indicação formal recebida pela Nani Holdings para iniciar o processo de IPO é "o tiro de partida oficial” para uma operação para o qual o banco se tem “vindo a preparar ao longo dos últimos dois anos”.
Ontem a agência Bloomberg avançava que o Novobanco selecionou o Bank of America Corp., o Deutsche Bank AG e o JPMorgan Chase & Co. para trabalhar nos preparativos do IPO.
O banco iniciou um roadshow junto de investidores institucionais em 2024 que entretanto parou e o objetivo, avançou na semana passada O Jornal Económico, é dispersar 30% do capital da instituição financeira.
A operação torna-se possível depois de ter sido antecipado o fim do acordo de capitalização contingente firmado em 2017, na altura da venda do Novobanco à Lone Star, anunciado pelo Ministério das Finanças no dia 9 dezembro de 2024.
Com o término do acordo de capitalização contingente, o Fundo de Resolução (FdR) deixou de ter de fazer novas transferências para o Novobanco e acabaram também os litígios em tribunal entre as partes, relacionados com a execução do acordo. Contas feitas, a entidade pagou ao banco liderado por Mark Bourke 3405 milhões de euros.
Notícia atualizada com a mensagem do CEO aos trabalhadores do Novobanco