Navigator investe 30 milhões em nova máquina na fábrica de Setúbal
A The Navigator Company tem os olhos postos na liderança do mercado europeu de produção de papel para embalagem. Para isso, o grupo papeleiro português vai investir 30 milhões de euros na reconversão de uma das suas máquinas na fábrica de Setúbal, um complexo industrial onde produz pasta de papel, papel e embalagens (packaging). A ideia é ter tudo pronto até ao verão do próximo ano.
“A nova operação tem arranque previsto para o terceiro trimestre de 2026, com uma capacidade de produção anual de 100 mil toneladas”, indica o grupo num comunicado que apenas será divulgado hoje de manhã.
Uma vez em funcionamento, salienta a Navigator, a nova máquina será “a maior do Sul da Europa” e “uma das mais competitivas da Europa para produção de papéis de embalagem de baixas gramagens”. Quanto ao grupo, passará a ser “como o quarto maior produtor” do sul da Europa neste segmento, frisou.
Em finais de abril, o Dinheiro Vivo (DV) noticiou que o grupo papeleiro português realizou igualmente um investimento de 15 milhões de euros no complexo industrial de Cacia (Aveiro) para produzir embalagens de fibra moldada de eucalipto para o setor alimentar. Na altura, tal como avançou o DV, a fábrica de Cacia aspirava a conseguir fabricar 100 milhões de unidades por ano, sendo assim a maior da Europa e prosseguindo o rumo da Navigator de “substituir as embalagens de plástico e alumínio de uso único”.
A nova máquina de Setúbal também permitirá “consolidar a aposta estratégica na produção de embalagens flexíveis para food service/take away ou release liners, nos quais a fibra de Eucalyptus globulus se tem afirmado como diferenciadora”.
A Navigator afirma-se como a terceira maior exportadora em Portugal (vende para 134 países) e salienta, além disso, que é “a maior geradora de Valor Acrescentado Nacional, representando cerca de 2,5% das exportações nacionais de bens, e mais de 30 mil empregos diretos, indiretos e induzidos”.
A empresa fechou o ano de 2024 com lucros de 287 milhões de euros, um aumento de 4% face ao ano anterior. No mesmo período, o volume de negócios cresceu 7%, para 2088 milhões de euros, enquanto o EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) cresceu 547 milhões de euros, mais 9% em comparação com 2023.
Os resultados da empresa em 2024 ainda não refletem a compra, no ano passado, da Accrol Group Holdings plc, um dos principais fabricantes de tissue no Reino Unido, uma aquisição que foi vista pelos analistas como uma manobra para fortalecer a posição do grupo na Europa Ocidental.