Foto: D.R.
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Morningstar DBRS destaca lucros da banca nacional apesar de quebra da margem financeira

A agência de notação financeira assinalou que os seis maiores bancos em Portugal estão “a caminho de mais um ano de ganhos”.
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A Morningstar DBRS destacou esta segunda-feira, 17, a elevada rendibilidade dos bancos portugueses nos resultados até setembro deste ano, apesar da pressão sobre a margem financeira.

Num comentário divulgado, a agência de notação financeira assinalou que os seis maiores bancos em Portugal estão “a caminho de mais um ano de ganhos”, em parte devido ao rendimento não relacionado com a margem financeira.

Até setembro, Caixa Geral de Depósitos (CGD), Millennium BCP, Montepio, Novo Banco, Santander Totta e BPI lucraram 3.989 milhões de euros, um valor ligeiramente abaixo (-0,6%) dos 4.014 milhões de euros referentes ao mesmo período do ano passado.

A Morningstar DBRS aponta que os resultados conjuntos destes seis bancos são “ainda mais impressionantes atendendo à redução das margens de juros e da margem financeira [a diferença entre os juros pagos nos depósitos e os cobrados nos créditos]”.

Para esta amortização do efeito da queda da margem financeira, de 7,4%, que passou de 7.397 milhões de euros até setembro de 2024 para 6.849 milhões de euros no mesmo período deste ano, a agência destacou a libertação contínua de provisões para créditos e a melhoria dos rendimentos nas comissões.

As receitas não relacionadas com juros subiram 6,9%, fruto de um aumento das comissões decorrente do crescimento da atividade pelos clientes.

“Esperamos uma rendibilidade sustentada, à medida que as taxas de juro mais baixas reduzem os custos de financiamento dos depósitos e a atividade económica saudável apoia a procura por créditos”, referem os autores do comentário.

A redução das provisões foi possível devido à melhoria da qualidade dos ativos e à saúde da economia, que impulsionaram o crescimento da carteira.

Até setembro, os bancos analisados alocaram 423 milhões de euros em provisões, que representa descidas de 46,7% face ao mesmo período de 2024 e de 73,9% em relação ao mesmo período de 2023.

Com a melhoria dos rácios de malparado, os bancos portugueses apresentam este indicador com melhor saúde que os países vizinhos do sul da Europa.

Ao mesmo tempo, os autores destacaram o nível elevado dos rácios de capitais próprios, que se mantiveram acima dos mínimos estabelecidos pelos reguladores.

“Olhando para o futuro, o crescimento estável da economia e do emprego deverá impedir uma deterioração significativa da qualidade dos ativos”, acrescentam os autores do comentário.

A Morningstar DBRS destacou ainda os resultados de CGD e BCP nos testes de esforço da Autoridade Bancária Europeia (EBA), em que tiveram um “desempenho forte”.

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