A mutualista Montepio vai lançar um ambicioso programa de habitação para jovens e idosos, que passa pela compra de casas e posterior arrendamento aos seus associados, ou modalidades de renda vitalícia. Em causa está um investimento anual de 50 milhões de euros para a aquisição de imóveis, disse Virgílio Lima, o atual presidente e recandidato nas eleições de dezembro. E o alcance poderá chegar aos 800 fogos ao fim de quatro anos, à razão de 200 por ano."Em cada ano, temos cerca de 50 milhões de euros em termos orçamentais destinados a este fim. Podemos pensar em 200 casas ao ano para os nossos associados. Ao longo de um mandato [quatro anos], poderíamos estar a falar de 800 casas", disse o gestor em declarações à Lusa.A iniciativa surge na sequência de a mutualista ter notado que os seus associados mais jovens, cerca de 600 mil, estão confrontados com dificuldade de pagar rendas.Segundo Virgílio Lima, em zonas de grande densidade de associados a mutualista irá comprar ou construir casas para arrendamento aos associados. Já nas zonas com menos associados, estes podem indicar as casas que querem, a mutualista compra-as e arrenda-as aos associados. Há a possibilidade de, ao fim de um período (15 ou 20 anos, por exemplo), o associado comprar a casa que arrenda."Este arrendamento não pretende ser uma fonte de rendimento para a associação, mas responder às necessidades dos associados. Isto é, nós só nos ressarcimos do custo dos fatores", afirmou Virgílio Lima, vincando que a renda será abaixo dos preços do mercado.A mutualista vai lançar ainda outra solução, destinada a pessoas mais velhas. Neste caso, uma pessoa ou um casal já na reforma com casa própria pode vender a casa à associação a valor de mercado e cria uma renda vitalícia para pagar uma residência assistida (por exemplo, residência Montepio). As casas adquiridas também integrarão a modalidade de habitação.A mutualista tem ainda casas de rendimento que arrenda para gerar rendimentos para remunerar as poupanças dos associados. Atualmente, tem 1.000 destas casas (com descontos para associados).A produção de casas destinadas a associados, para fazer face à crise da habitação, é, há anos, uma reivindicação de membros da oposição à atual gestão da mutualista e reforçada nestas eleições pela lista B, que concorre apenas à assembleia de representantes.Sobre a falta de transparência no grupo, uma crítica também da oposição, Virgílio Lima rejeitou-as, afirmando que todos os membros da assembleia de representantes recebem a informação atempadamente e colocam as questões que consideram necessárias. E diz que há hoje mais escrutínio e controlo do que quando os temas iam a assembleias-gerais, pois eram muito pouco participadas.Além disso, afirmou, o Conselho de Administração tem membros não executivos que escrutinam a ação dos executivos.Virgílio Lima disse ainda que a mutualista tem vindo a atualizar as modalidades ja existentes para responder às necessidades dos associados (mais de 600 mil), especificando que está a ser lançada uma nova modalidade na área da saúde que atua na medicina preventiva.Com LUSA