Foi iniciado em 2022/2023, e este ano conta formar mais de três mil participantes, apesar de ainda não haver data para o lançamento da quarta edição. Aquilo que já se sabe é que o Finanças para Todos, um programa de formação gratuito, dirigido a adultos e com a duração total de 5 aulas presenciais ou em formato online, foi reconhecido como o melhor programa mundial de literacia financeira na categoria “Best non-profit Adult Education Project”. “Este prémio vem sublinhar a importância de adquirir competências financeiras como fator essencial para o bem-estar e a qualidade de vida das famílias. Saber gerir o orçamento doméstico e planear o futuro com segurança depende, em grande parte, do domínio de conceitos financeiros básicos. No entanto, estudos internacionais revelam que, em Portugal, os níveis de conhecimento nesta área permanecem baixos”, admite Miguel Ferreira, professor na Nova SBE e Coordenador Académico do Finanças para Todos. Um estudo publicado no ano passado pelo grupo de reflexão Bruguel dava conta de que Portugal apresentava o segundo pior desempenho da União Europeia no que a literacia financeira diz respeito: apenas 42% dos portugueses que participaram na investigação conseguiram responder de forma acertada a três das cinco questões sobre literacia financeira básica. Um resultado muito abaixo da média da União Europeia, que é de 52%. No mesmo sentido, o primeiro barómetro divulgado pelo Doutor Finanças no passado mês de maio, indicava que um terço das famílias não fala de dinheiro com os filhos até 6 anos. À medida que estes crescem, as conversas vão aumentando, mas há uma percentagem muito elevada de menores que tarda em ter responsabilidade de gestão de dinheiro. “ Apesar dos progressos alcançados nas últimas décadas, os níveis médios de escolaridade continuam abaixo da média europeia — o que se reflete diretamente na literacia financeira”, explica ao DN Miguel Ferreira. “Além disso, este tema não faz ainda parte dos conteúdos obrigatórios do currículo escolar ao longo da escolaridade obrigatória. A experiência de outros países europeus mostra que os melhores resultados em literacia financeira são alcançados quando os jovens têm contacto com estes temas desde cedo e de forma continuada”, acrescenta. É neste contexto, portanto, que o Finanças para Todos se destaca e se distingue, salienta o responsável. Para além de um corpo de docentes altamante qualificados, “os materiais foram desenvolvidos por professores da Nova SBE, em colaboração com a CFA Society Portugal, garantindo não só uma abordagem acessível e pedagógica, como também uma forte ligação à realidade prática”, enumera. “Os formadores são assistentes de ensino da Nova SBE, com experiência pedagógica comprovada, e profissionais detentores do título CFA (Chartered Financial Analyst), com conhecimento aprofundado do mercado financeiro”. E os resultados “falam por si: o programa regista um nível médio de satisfação de 4,6 em 5, e uma taxa de assiduidade de cerca de 80% ao longo das cinco sessões — presenciais ou online. Esta combinação de rigor académico, aplicabilidade prática e compromisso com a excelência torna o Finanças para Todos uma iniciativa única e com verdadeiro impacto na promoção da literacia financeira em Portugal”, garante. Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade, alinha pelo mesmo diapasão. “Para a Fidelidade esta é uma prioridade estratégica e a nossa associação ao Finanças para Todos é uma forma de contribuirmos para que as pessoas tenham as ferramentas necessárias para tomarem decisões financeiras mais informadas e preparem melhor o seu futuro”, diz o responsável em comunicado. Recorde-se que este programa foi desenvolvido pelo Finance Knowledge Center em parceria com a CFA Society Portugal, e desde a primeira edição