A Ace Hospitality Management (AHM), empresa especializada na gestão de hotéis que pertence ao grupo canadiano Mercan Properties, vai encerrar o ano com receitas recorde de 50 milhões de euros, o que representa um crescimento de 20% face a 2024. Os bons resultados fazem-se à boleia da procura musculada, principalmente de mercados internacionais, e do aumento das tarifas que se apresentou mais expressivo a norte do país. “Foi um ano bastante positivo, conseguimos aumentar as ocupações e as receitas. O Porto destacou-se com ocupações superiores e conseguimos ter uma subida a nível de preços entre os 5% e os 7% na região”, explica ao DN o CEO Mariano Faz.A Mercan Properties inaugurou três novos hotéis em 2025 - o Amarello Hotel Praia Santo André by Hilton, no Alentejo, o Origine Porto Gaia, a Tribute Portfolio Hotel, em Vila Nova de Gaia e Moxy Alfragide Lisboa - e expandiu ainda o Renaissance Porto Lapa Hotel com nova ala com 78 quartos e Spa, num investimento total de 140 milhões de euros. O objetivo para os próximos dois anos é duplicar o portefólio com a abertura de 15 novos hotéis. Em 2026, o grupo canadiano, que desenvolve projetos imobiliários no setor do turismo e que soma já um investimento global de 1,2 mil milhões de euros no país na última década, irá inaugurar dois hotéis sob a chancela da cadeia internacional Hilton: o The 6th Bridge no Porto, com 24 unidades de alojamento, e o Double Tree by Hilton, junto ao Aeroporto Humberto Delgado, com uma oferta de 200 quartos. “A maior fatia das aberturas irá acontecer a partir de 2027 com um foco sobretudo na Algarve, que é a região onde estará mais concentrado o crescimento”, aponta Mariano Faz..AHM expande negócio a investidores externos à Mercan.A AHM nasceu quatro anos depois de a Mercan Properties começar a operar em Portugal, como uma White Label Management Company. Atualmente, gere exclusivamente a carteira dos 15 hotéis da Mercan, localizados no norte, no Alentejo e no Algarve, mas o objetivo é dar o salto para a gestão de ativos externos ao universo do grupo. “Estamos a começar a ter conversas com diferentes investidores independentes e fundos de investimento de fora do universo Mercan. Já temos uma plataforma consolidada e temos uma relação forte com diversas marcas internacionais, que acabam por nos recomendar”, revela o CEO da AHM. Além da Hilton, a Marriott International, a IHG Hotels & Resorts, a Wyndham ou a Accor são algumas das insígnias com as quais o grupo tem parceria no país.Mariano Faz refere que 70% dos potenciais investidores são estrangeiros, com destaque para os ingleses, espanhóis e holandeses, mas há também portugueses a bater à porta. “São, sobretudo, investidores que têm capacidade financeira e querem construir um hotel, mas que não têm a estrutura para depois fazer a gestão”, esclarece.No que respeita ao apetite pelo mapa nacional, o responsável atesta que embora as grandes cidades de Lisboa e do Porto continuem a suscitar interesse, os preços altos do mercado imobiliário acabam por comprometer a rentabilidade do negócio, desviando atenções para outros destinos como o Alentejo. “Há muito interesse em toda a zona do Alentejo, a região está a posicionar-se com um produto de maior qualidade e isso atrai os investidores. Comporta, Santo André e Melides são alguns exemplos que estão a seduzir cada vez mais investidores que olham com muito carinho para estas zonas que se estão a posicionar no mercado das cinco estrelas”, indica.Olhando para as ilhas, o Grupo Mercan tem já estreia marcada na Madeira com a primeira abertura apontada para 2027 ou 2028. Já os Açores continuam de fora dos planos, para já. “As ilhas são um destino mais complicado, há muitos fatores envolvidos como a questão do transporte. Não descartamos os Açores, mas precisamos de ter a oportunidade, as condições e um produto interessante para apostar”, atesta.Num horizonte mais lato, e consolidada a operação em Portugal, Mariano Faz admite a hipótese de dar o salto para a internacionalização. “Não será algo para o curto-prazo, mas a longo-prazo, sim. Já tivemos oportunidades no Brasil, em Angola e em Espanha, por exemplo, mas para já queremos consolidar o crescimento aqui e depois, sim, podemos pensar em ir para fora”, conclui..Turismo terá ano histórico com receitas recorde de 30 mil milhões de euros