Grande retalho alimentar criou mais de 2700 empregos em 2023
Até ao final de 2023, mais de 2700 pessoas encontraram emprego nos novos espaços que as empresas de distribuição abriram em Portugal ao longo do ano. É o balanço possível do Continente, Intermarché, Auchan, Aldi e Mercadona para o DN/Dinheiro Vivo, no âmbito dos investimentos concretizados no país. As estratégias para 2024 permanecem no segredo do negócio, mas, no geral, deixam expectativas positivas para a atividade.
O Continente anunciou a meio de dezembro que, até ao final de 2023, iria realizar um investimento total de 35 milhões de euros na abertura de 16 novas lojas de proximidade. Dizia a marca que, no ano passado, abriu “mais espaços nos distritos de Lisboa e Porto, mas também Coimbra e Santarém, o que significou a criação de 670 postos de trabalho”. E, para o ano que acaba de começar, a insígnia afirma que, além do plano de expansão e “ mais do que abrir novas lojas”, o foco incide na “melhoria contínua do nosso serviço, no ajuste da nossa oferta àquilo que os clientes procuram, nos preços mais baixos, em manter a ligação e apoio à comunidade”.
A empresa recorda ainda os aniversários especiais que celebrou em 2023, lembrando os 25 anos do Clube de Produtores Continente, que tem atualmente 340 produtores e empregam mais de 11 mil pessoas, direta e indiretamente, representando mais de 200 mil hectares de área produtiva.
O Intermarché inaugurou no ano passado cinco pontos de venda em Portugal, “com uma área total superior a oito mil metro quadrados, e que permitiram a criação de mais de 200 postos de trabalho”. Apesar de a marca não ter avançado valores investidos, mas levando em conta as comunicados feitos aquando a abertura de cada novo espaço, terá investido 25,5 milhões de euros nestas aberturas. Para 2024, a empresa prevê a continuidade da sua expansão, com a abertura de novas lojas, sempre tendo em conta “fatores como a sustentabilidade, a proximidade e a responsabilidade social”.
Por seu turno, o Auchan revela que, no ano passado, abriu 13 novos espaços e uma gasolineira, além de ter remodelado várias lojas. A empresa inaugurou ainda o novo conceito dedicado à saúde, ao bem-estar e à beleza, abrindo os espaços My Auchan Saúde e Bem-Estar. “Em suma, em 2023, no que diz respeito a expansão e remodelações, foram investidos cerca de 40 milhões de euros”, detalha a empresa revelando ainda que “estas aberturas permitiram criar cerca de 320 novos postos de trabalho”.
Em resumo, para o Auchan, o ano passado “superou” as previsões do grupo “de forma extraordinária”, diz a companhia, recordando que foi o ano em que avançou com o rebranding das suas marcas, além de ter avançado com a proposta para aquisição da Dia Portugal, que aguarda a aprovação da Autoridade da Concorrência. “Esta aquisição, a confirmar-se em 2024, permitirá à Auchan dar as boas vindas a mais cerca de 2500 colaboradores e aumentar a rede de lojas em mais de 450 pontos de venda, de proximidade, com forte expressão no franchising, que é também uma das apostas da Auchan”.
Já a Aldi fechou 2023 com 19 aberturas - que perfazem 141 lojas da marca no nosso país - e a criação de 380 novos postos de trabalho “um pouco por todo o país”, como explica João Braz Teixeira, managing director expansion and construction da Aldi Portugal. Ao todo, a empresa conta com cerca de 2800 colaboradores, considerando as lojas, centro de distribuição e os escritórios em Lisboa e no Porto. Para este ano, João Braz Teixeira revela a ambição de chegar às 200 lojas a nível nacional em breve. “Vamos começar o ano já com novas aberturas em Seia e Pombal”, diz, adiantando ainda que a insígnia planeia “chegar à cidade do Porto num futuro próximo”.
A espanhola Mercadona manteve a sua pretensão de abrir 10 novas lojas no ano que terminou e começa 2024 com um total de 49 supermercados em Portugal. A empresa remeteu para a apresentação de contas anuais, este ano, o número de postos de trabalho criados no ano passado, mas, em abril de 2023, anunciou um “investimento de 280 milhões de euros e a criação de 650 novos empregos”, com a abertura dos novos espaços comerciais.
Para este ano, a marca prevê chegar a distritos como Guarda e Évora, e pretende fortalecer a sua presença noutros onde já está implementa, como é o caso de Lisboa ou Porto. Da mesma forma, este ano, vai inaugurar o Bloco Logístico de Almeirim - o maior do grupo Mercadona, que representa um investimento de 225 milhões de euros, com a criação cerce de 500 novos empregos.
Do lado do Pingo Doce, do grupo Jerónimo Martins, os números finais relativos a 2023 só serão divulgados aquando da apresentação das contas anuais, mas, de acordo com os resultados dos primeiros nove meses do ano passado, a companhia divulgou que, até setembro, abriu oito novas lojas, encerrou uma e remodelou 361. No mesmo período, as vendas desta cadeia cresceram 8,8% para 3,5 mil milhões de euros, sendo que só no terceiro trimestre atingiram 1,3 mil milhões de euros, o que significa um aumento de 9,3%.
Questionado sobre as mesmas temáticas, o Lidl não conseguiu responder em tempo útil.
monica.costa@dinheirovivo.pt