O Porto de Sines – um porto de águas profundas – tem vindo a afirmar-se como a principal estrutura em Portugal para a entrada de gás natural liquefeito (GNL) por via marítima. No entanto, foi a partir de 2019 que o volume de metaneiros a descarregar no porto aumentou significativamente. Se em 2018, o porto recebia 45 navios, no ano seguinte disparou para 65, um valor que se manteve nessa ordem, apesar do pico de 70 navios em 2022. .Desde 2019, no entanto, a origem desse GNL que chega ao porto de Sines tem variado. A Nigéria continua a ser o principal emissor desse gás para o Porto de Sines, mas o peso do gás norte-americano tem aumentado. Em 2019, o Porto de Sines recebeu 15 metaneiros norte-americanos (24% do total). Um ano depois (em plena pandemia) esse número baixo para 12 navios (21% do total) e em 2021 voltou a subir aos 18 (29% do total).Em 2022, quando o total de navios metaneiros a descarregar em Sines chegou aos 70, os EUA foram responsáveis por 24 navios (ou 34%). Um ano depois, naqueles que são os últimos dados disponíveis pela ERSE, o número de metaneiros americanos manteve-se nos 24, mas em igualdade com a Nigéria, e agora a representar 42% de todo o gás que chega ao Porto de Sines. .No seu discurso de tomada de posse, Donald Trump anunciou que iria declarar uma emergência energética nacional e que iria "perfurar, perfurar, perfurar", ou seja, regressar aos combustíveis fósseis responsáveis pelo aquecimento global.Trump prometeu que os EUA voltariam a ser uma "nação manufatureira" e que produziriam "a maior quantidade de petróleo e gás de qualquer país do mundo"."Vamos baixar os preços, vamos encher as nossas reservas estratégicas até à borda e vamos exportar a energia americana para todo o mundo. Voltaremos a ser uma nação rica", afirmou..Hoje, o Governo português disse que pretende aumentar as compras de GNL aos Estados Unidos e à Nigéria. Foi o que disse, em Davos, a ministra do Ambiente, Maria Graça Carvalho, numa referência à necessidade de reforçar a independência face ao gás russo. Já somos bastante independentes do gás russo. Em 2021, tivemos 15% de importações deste gás e no ano passado passámos a importar 5%. Esperamos diminuir ainda mais essa percentagem, importando sobretudo gás da Nigéria e dos Estados Unidos“, disse a ministra num dos debates no Fórum Económico Mundial, citada pelo jornal Eco.