A procura de estrangeiros por Portugal está refrear e o impacto já se sente nos alojamentos turísticos do país. Em setembro, as dormidas de não residentes caíram 1,2% depois de já terem recuado 0,4% em agosto, revelam os dados divulgados esta sexta-feira, 31, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).Contas feitas, no nono mês do ano, somaram-se 3,3 milhões de hóspedes (+1,1% ) e 8,5 milhões de dormidas (+0,7%). O incremento das dormidas fez-se à boleia da boa performance do mercado interno que segue em trajetória ascendente com um total de 2,5 milhões de dormidas, um aumento de 5,6%.Já os turistas vindos de fora foram responsáveis por seis milhões de dormidas, o que se traduz num recuo face ao mesmo período do ano anterior. "Em setembro, entre os 10 principais mercados emissores em termos de dormidas, o mercado alemão foi o único a crescer (+3,1%). Os maiores decréscimos observaram-se nos mercados irlandês (-7,3%) e francês (-7,2%)", explica o gabinete de estatística.Os ingleses continuam a manter a liderança como principal mercado emissor, apesar do decréscimo de 6,1% face ao mês homólogo. O interesse dos norte-americanos, que ocupam a terceira posição, também está a arrefecer com ligeiro um decréscimo de 0,4%. Esta é a segunda vez desde março de 2021 que se regista uma quebra destes turistas vindos do outro lado do Atlântico. O primeiro, explica o INE, ocorreu em fevereiro deste ano, refletindo o efeito da estrutura móvel calendário associado ao Carnaval que em 2024 ocorreu em fevereiro e este ano em março.Numa análise ao mapa nacional, as dormidas de estrangeiros registaram "maioritariamente variações negativas" nas várias geografias, com exceção do Alentejo (+5,2%), Norte (+2,9%) e Península de Setúbal (+1,9%). Já as diminuições mais expressivas ocorreram nas regiões Oeste e Vale do Tejo (-3,5%) e na Madeira (-3,4%).Apesar da procura dos turistas estrangeiros estar a desacelerar, as receitas do setor continuam a engordar, impulsionadas pelo aumento dos preços. O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) fixou-se em 99,2 euros (+2,8%) e o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu os 143,1 euros (+3,9%).Contas feitas, em setembro, os proveitos totais do alojamento turístico - que somam ao alojamento outros gastos inerentes à estada dos turistas como restauração, lavandaria entre outros serviços - subiram 5,6%, atingindo os 840,1 milhões de euros. Já os proveitos de aposento, que dizem respeito às receitas amealhadas com as dormidas, totalizaram 659,1 milhões de euros, num avanço de 5,8%. "A Grande Lisboa foi a região que mais contribuiu para a globalidade dos proveitos (28,6% dos proveitos totais e 29,8% dos proveitos de aposento), seguida do Algarve (27,7% e 27,0%, respetivamente) e do Norte (16,0% e 16,4%, pela mesma ordem)", adianta o INE.A Madeira (+16,7% nos proveitos totais e +19,0% nos de aposento) e o Alentejo (+13,2% e +16,7%, pela mesma ordem) foram as regiões que registaram os acréscimos mais expressivos de proveitos.No acumulado do ano, os proveitos totais somam já 5,7 mil milhões de euros (+7,6%) e os de aposento 4,4 mil milhões de euros (+7,4%). .Portugueses batem mais um recorde e somam 11 milhões de viagens cá dentro e lá fora no primeiro semestre