São já três milhões de euros que entram, anualmente, nos cofres do Estado por via das rendas pagas no âmbito do Revive. O programa, criado em 2016, e que visa a recuperação e requalificação de imóveis públicos classificados sem uso através da concessão a privados para exploração para fins turísticos, soma 24 contratos concessionados nas três fases lançadas e que representam cerca de 190 milhões de euros de investimento privado, adianta ao DN o Ministério da Economia. A iniciativa, desenhada pelo governo de António Costa, e que é articulada em conjunto pelas tutelas da Economia, Cultura, Finanças e Defesa, integra 65 imóveis: 33 lançados na primeira fase, e 16 em cada uma das seguintes. À espera encontram-se mais 41 imóveis que aguardam “o respetivo concurso público para atribuição da concessão”, refere a tutela liderada por Castro Almeida.Embora a lista de imóveis devolutos colocados a concurso seja extensa, oito anos depois de ter sido anunciado, há apenas três projetos concluídos e em exploração; dois estão nas mãos do segundo maior grupo hoteleiro português - o Vila Galé Collection Elvas Historic Hotel, Conference & Spa, fruto de um investimento de nove milhões de euros, e o Vila Galé Collection Alter Real que resultou de um investimento de oito milhões de euros. O terceiro, o The Lince Santa Clara Historic Hotel, em Vila do Conde, abriu portas após uma aposta de 19 milhões de euros por parte do grupo The Lince Hotels. Apesar do número reduzido de projetos em operação, o Governo traça um cenário positivo e, adianta, que “a curto prazo” irá abrir mais um imóvel. “O Revive encontra-se numa fase de maturidade e com um balanço muito positivo. Todos [os imóveis em exploração] representam exemplos notáveis de recuperação de património nacional, em muitos casos classificado e com valor histórico e arquitetónico reconhecido e que, até à data, estavam em ruínas, devolutos e em avançado estado de degradação”, frisa. O gabinete do ministro da Economia e da Coesão Territorial esclarece que foram lançados 31 concursos “de forma sequencial e dinâmica, sempre que foi possível reunir todos os elementos necessários para lançamento dos concursos e tendo em conta o interesse que os imóveis despertaram do ponto de vista da procura”. Do lado dos empresários as críticas têm incidido, sobretudo, nas burocracias. O presidente da Vila Galé, por exemplo, já por diversas vezes criticou os processos de licenciamento do programa, a demora na apresentação dos projetos e a falta de atratividade nas linhas de financiamento. .400 manifestações de interesse de investidores estrangeiros.A maioria das candidaturas formalizadas nas várias fases do Revive chegam de investidores portugueses, mas o programa também tem suscitado interesse por parte dos players internacionais. No total, foram recebidos 400 contactos de estrangeiros com interesse nos projetos anunciados. Olhando para os mecanismos de financiamento disponíveis, o Governo atesta que, para já, os existentes são suficientes e assegura que não é necessário reforçar. “Os investimentos até agora concretizados foram, principalmente, realizados por empresas de maior dimensão, pelo que a linha de financiamento de garantia mútua, com 150 milhões de euros disponíveis, destinado sobretudo às PME, ainda não justificou o seu reforço”, explica. No que respeita a ferramentas de apoio, prossegue, encontra-se ainda disponível a linha de Qualificação da Oferta, com prémio de desempenho até 20% da componente de apoio do Turismo de Portugal nos projetos que concorram para o desenvolvimento do interior. Para já, não está prevista nenhuma nova fase do programa, mas o gabinete de Castro Almeida admite que a hipótese não está descartada. “Não estando ainda prevista uma nova fase do Programa Revive, poderá vir a acontecer uma vez que existem muitos imóveis por reabilitar no nosso país. O Programa já demostrou ser um modelo de recuperação de património de grande interesse, pelo que havendo necessidade de valorizar edifícios de valor, no território nacional, será relevante continuar a desenvolvê-lo” , garante..Portugueses batem recordes de férias para o estrangeiro e procura de viagens para o fim de ano dispara 30%