Lucros dos CTT descem 25% em 2024, para os 45,5 milhões de euros

Os CTT registaram lucros de 45,5 milhões de euros em 2024, uma queda de 24,7%, apesar do forte desempenho operacional do grupo nas áreas de Expresso e Encomendas e na Logística, anunciou hoje a empresa em comunicado enviado à CMVM.

“Em 2024 os rendimentos operacionais [dos CTT] atingiram 1107,3 milhões de euros (mais 122,1 milhões ou 12,4% face ao conjunto do ano de 2023), refletindo um desempenho recorde do Expresso e Encomendas (E&E)”, entre outras, indicou o grupo.

O segmento “Expresso e Encomendas”, aliás, registou um crescimento de 40,6%, para um total de receitas de 479 milhões de euros. Já a Logística atingiu 949,6 milhões de euros no ano passado (+19,6%), o que representa 86% dos rendimentos totais do grupo CTT.

Sendo assim, o que justifica a descida dos lucros face a 2023? Em causa estarão duas razões: uma muito menor colocação de dívida pública, que impactou o negócio de Serviços Financeiros (Banco CTT), e o facto de em 2023, o grupo ter sofrido uma carga fiscal menor. Em 2024, os impostos pagos voltaram a um ritmo normal, o que ajuda a explicar a quebra nos benefícios líquidos.

No comunicado à CMVM, o grupo salienta que "a evolução do resultado líquido consolidado foi influenciada pelo decréscimo do EBIT recorrente (-2,4 milhões de euros face a 2023) assim como pela evolução do imposto sobre o rendimento do período (+8,2 milhões de euros face a 2023)".

Com muito menos procura pelos certificados de aforro em 2024, foi sem surpresa que os rendimentos operacionais do segmento "Banco e Serviços Financeiros" caíram 17,5%, para 157,6 milhões de euros. "Este desempenho, quando comparado com período homólogo, está fortemente impactado pelo comportamento dos títulos de dívida pública, continuando o Banco CTT a crescer em ativos e clientes".

No entanto, nota o grupo CTT, "os volumes de colocação de dívida pública aumentaram significativamente a partir de outubro, refletindo a mudança no limite máximo de aplicação em Certificados de Aforro por subscritor (de 50 mil para 100 mil euros) e a forte proatividade comercial dos CTT".

No total, "os títulos de dívida pública (certificados de aforro e

certificados do tesouro poupança crescimento) apresentaram rendimentos de 13,5 milhões de euros em 2024", ou seja um decréscimo de 31 milhões de euros (-69,7% face ao ano anterior). Os CTT recordam mesmo que "no primeiro semestre de 2023, os títulos de dívida pública atingiram níveis máximos históricos de colocação, induzidos pela maior atratividade do produto quando comparado com os depósitos bancários".