EPA/GIAN EHRENZELLER
EPA/GIAN EHRENZELLERA reunião anual do Fórum Económico Mundial decorre, este ano, de 20 a 24 de janeiro em Davos, na Suíça e reúne os principais líderes políticos, económicos e da sociedade civil

Davos: Falta de mão de obra preocupa líderes portugueses

Estudo do Fórum Económico Mundial aponta os conflitos armados como o maior risco global em 2025
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A falta de mão-de-obra ou de talento é a principal preocupação imediata dos líderes portugueses auscultados para a 20ª edição do Global Risks Report, do Fórum Económico Mundial, divulgado nesta quarta-feira. A nível global, os conflitos armados são o risco "mais urgente"para 2025.

Resultado da auscultação de mais de 900 líderes e especialistas em todo o mundo, dos setores empresarial, governamental e académico, o estudo revela um cenário global “cada vez mais fragmentado, onde a escalada dos desafios geopolíticos, ambientais, sociais e tecnológicos ameaçam a estabilidade e o progresso”. E embora os riscos económicos tenham, este ano, menor destaque na perspetiva imediata, “continuam a ser uma preocupação, interligados com as tensões sociais e geopolíticas”.

Sobre o risco global mais urgente para 2025, quase um quarto dos inquiridos apontou os conflitos armados como a preocupação mais grave. No curto prazo, e pelo segundo ano consecutivo, "a desinformação e a informação incorreta mantêm-se entre os principais riscos, sublinhando a ameaça persistente à coesão social e à governação, ao minar a confiança e ao exacerbar divisões dentro e entre nações".

Os eventos climáticos extremos, a polarização social, a ciberespionagem e a guerra são outros riscos destacados.

A longo prazo, são os riscos ambientais que dominam as preocupações, com "eventos climáticos extremos, perda de biodiversidade e colapso dos ecossistemas, mudanças críticas nos sistemas terrestres e escassez de recursos naturais a liderarem os rankings de riscos a 10 anos". Os riscos tecnológicos relacionados com a desinformação, a informação incorreta e os resultados adversos das tecnologias de inteligência artificial são também apontados.

Chamados a identificarem os cinco riscos mais prováveis de representarem a maior ameaça ao país nos próximos dois anos, os inquiridos em Portugal apontaram a falta de mão-de-obra e/ou talento à cabeça, seguida das preocupações com uma conjuntura recessiva, a insuficiência de serviços públicos e de proteção social e as desigualdades e pobreza. A fechar a tabela surge, na quinta posição, a dívida pública.

O estudo foi realizado pela Marsh McLennan e pela Zurich para o Fórum Económico Mundial, que reunirá, em Davos, na Suíça, os principais decisores mundiais entre 20 e 24 de janeiro.

"O Global Risks Report 2025 é um apelo à ação - aos governos, às empresas, aos decisores como um todo. Estes atores devem agir para, de forma coordenada e no melhor interesse da Humanidade, restabelecer as condições para o progresso sustentado. No imediato, as preocupações centram-se nas tensões geopolíticas e nos seus efeitos sociais. Quando olhamos para o longo prazo, e a tendência do relatório aponta para uma perceção mais pessimista no longo prazo, vemos grande preocupação com a falência do planeta Terra e os efeitos perniciosos da tecnologia - a desinformação, a má-utilização da inteligência artificial e a ciberespionagem", refere, citado em comunicado, Manuel Coelho Dias, responsável da Marsh McLennan em Portugal.

José Coutinho, responsável pela gestão de risco na Zurich Portugal destaca, por seu turno, que, considerando as tendências e preocupações identificadas no Global Risks Report 2025, o impacto dos riscos globais no mercado português "pode ser significativo". "O aumento das tensões geopolíticas e a desinformação podem afetar a estabilidade económica e política em Portugal, assim como aumentar a instabilidade e a desigualdade social. Subsistem os riscos ambientais onde os eventos climáticos extremos, perda de biodiversidade e colapso dos ecossistemas podem ter consequências graves para o ambiente, famílias e indústrias", sublinha. 

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