Presidente dos EUA, Donald Trump
Presidente dos EUA, Donald TrumpEPA/JIM LO SCALZO

EUA estão a "caminhar para uma recessão" devido às "políticas imprudentes" de Trump, acusam democratas

A China anunciou que remeteu para a Organização Mundial do Comércio (OMC) a questão das tarifas impostas pelos EUA às suas exportações, tendo apresentado queixa no mecanismo de resolução de litígios.
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Wall Street baixa 6% e perdas nas capitalizações ascendem a 6,4 biliões USD

EPA/JUSTIN LANE

A bolsa nova-iorquina voltou esta sexta-feira a fechar com importantes perdas, com os seus principais índices a recuarem cerca de 6%, no seguimento das taxas alfandegárias apresentadas por Donald Trump.

Os resultados da sessão indicam que o índice alargado S&P500 recuou 5,97%, o tecnológico Nasdaq 5,82% e o seletivo Dow Jones Industrial Average 5,5%.

O dia de hoje foi o pior que a praça bolsista viveu desde 2020, na altura da pandemia do novo coronavirus, e superou mesmo as avultadas perdas de quinta-feira.

Nestes dois dias, as perdas de capitalização bolsista chegam a um recorde de 6,4 biliões (milhão de milhões) de dólares, pelas estimativas do Wall Street Journal, total que sobe para 10 biliões desde a investidura de Trump.

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Os EUA estão a "caminhar para uma recessão" devido às "políticas imprudentes" de Trump, acusam democratas

Os democratas acusaram o presidente norte-americano de levar a cabo "políticas imprudentes" que estão a levar os Estados Unidos "a caminhar para uma recessão".

A economia dos EUA está a ser destruída pela “incompetência republicana”, lamentaram os democratas numa mensagem publicada nas redes sociais.

"A incompetência republicana está a destruir a economia em tempo real", vincaram.

Após o presidente norte-americano anunciar novas tarifas aduaneiras, os democratas afirmaram: "os preços estão a subir e Trump impôs um dos maiores aumentos de impostos de sempre ao povo americano".

"Isto só vai tornar a vida mais cara para todos os americanos", alertaram.

Presidente da Fed diz que tarifas têm "alta probabilidade" de levar a "um aumento da inflação"

Depois do pedido de Donald Trump para baixar as taxas de juro, o presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana fez saber esta sexta-feira que as tarifas têm "alta probabilidade" de levar a "pelo menos um aumento temporário da inflação".

Mas "também é possível que os efeitos sejam mais persistentes", afirmou Jerome Powell, em declarações escritas, segundo a Sky News.

O responsável reconheceu que as novas tarifas aduaneiras e o seu impacto na economia e na inflação são “significativamente maiores do que o esperado”.

“Estamos bem posicionados para esperar por uma maior clareza antes de considerar quaisquer ajustamentos à nossa orientação política”, adiantou Jerome Powell. “É demasiado cedo para dizer qual será o caminho apropriado”, disse.

Sexta-feira negra nos mercados. Europa afunda 5%. PSI escorrega 4%

A incerteza provocada pela antecipação da introdução de taxas aduaneiras sobre produtos importados nos EUA pairou, durante as últimas semanas, em Wall Street, que viveu o prior trimestre desde 2022, entre janeiro e março. No entanto, a Europa escapava à maré de pessimismo, e as praças do Velho Continente foram somando ganhos, servindo de uma espécie de refúgio entre os investidores. Mas o choque provocado pelo discurso de Donald Trump na quarta-feira foi muito mais brutal do que se esperava e, durante esta sexta-feira, nenhum índice escapou às perdas – alguns anularam mesmo os ganhos trimestrais, como foi o caso do FTSE 100, o principal índice britânico, que na sessão desta sexta-feira tombou 4,95%. O DAX alemão perdeu 4,54%, enquanto o espanhol Ibex35 afundou 5,83%.

Em Lisboa, o PSI não conseguiu manter-se em terreno positivo – um feito garantido em muitas das sessões negativas da Europa nas últimas semanas – e perdeu 4,75%. A Edp Renováveis e o Millennium BCP lideraram as perdas, com quedas acima dos 9%. A Mota Engil fechou o pódio das que mais caíram, com uma desvalorização de 7,46%.

O CAC francês não ficou atrás das congéneres europeias e fechou a última sessão da semana a perder 4,26%

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Trump pede ao presidente da Fed para baixar as taxas de juro

O presidente dos EUA, Donald Trump, pediu à Reserva Federal (Fed) norte-americana para baixar as taxas de juro.

Dirigindo-se a Jerome Powell, o presidente da Fed, Trump disse que se trata do "momento perfeito" para o fazer.

"Este seria o momento perfeito para o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, reduzir as taxas de juro. Ele está sempre 'atrasado', mas agora ele poderia mudar a sua imagem, e rapidamente", escreveu Trump na mensagem que divulgou na sua rede socia, a Truth Social.

"Corte as taxas de juros, Jerome, e pare de brincar à política", insistiu o presidente norte-americano.

Têxtil e vestuário antecipa “impacto significativo” das novas tarifas dos EUA

A Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) afirma que as novas tarifas anunciadas pelos EUA às importações da União Europeia terão “um impacto significativo nos negócios” das empresas do setor, mas diz ser ainda “difícil quantificar” as perdas.

“Estamos ainda numa fase inicial deste processo e persistem muitas incertezas quanto à forma como os diferentes países visados irão reagir a estas medidas”, avançou à agência Lusa fonte oficial da associação.

Adicionalmente, referiu, é ainda preciso “perceber como os próprios operadores e consumidores norte-americanos, que serão diretamente afetados, irão responder, bem como qual será a posição da administração Trump face a eventuais retaliações”.

“Sabemos, desde já, que haverá perdas para o setor, mas neste momento é difícil quantificar com precisão o seu impacto. Trata-se de um setor muito diverso e complexo, com níveis de dependência do mercado norte-americano que variam significativamente de empresa para empresa e de produto para produto”, precisou.

De acordo com a ATP, os Estados Unidos são “um mercado de grande relevância” para a indústria têxtil e do vestuário portuguesa, destacando-se como o 4.º principal destino das exportações do setor e representando cerca de 8% do total.

Neste contexto, salienta, “é evidente que um aumento de 20% nas tarifas de importação, que para alguns produtos já eram bastante elevadas (podendo atingir até 32% no caso de artigos de vestuário), terá um impacto significativo nos negócios das empresas que operam neste mercado”.

A ATP – que está entre as 16 associações empresariais de diversos setores convocadas para uma ronda de reuniões com o Ministério da Economia para avaliar “o impacto e as medidas de mitigação” das novas tarifas – diz estar atualmente "a recolher e analisar informação mais detalhada, com o objetivo de apresentar ao Governo um retrato claro e fundamentado da situação”.

O Ministério da Economia vai reunir-se na próxima semana com 16 associações empresariais de diversos setores para avaliar “o impacto e as medidas de mitigação” das tarifas anunciadas pelo Presidente dos EUA, anunciou na quinta-feira o executivo.

Lusa

Wall Street no ‘vermelho’ com principais índices a caírem mais de 2,5%

A bolsa de Wall Street voltou hoje a abrir com perdas acentuadas, aumentando o impacto nos mercados da entrada em vigor das tarifas sobre importações pelos Estados Unidos da América.

Pelas 15:00 em Lisboa, o Dow Jones perdia 2,58%, perdendo mais de mil pontos desde a abertura e ficando abaixo dos 40.000 pontos (39.499,53 pontos), enquanto o tecnológico Nasdaq baixava 2,85% para 16.078,44 pontos.

O alargado S&P 500 apresentava perdas entre estes dois índices, ao recuar 2,64% para 5.253,87 pontos.

À mesma hora, as bolsas europeias agravavam as suas perdas, com Milão a perder 5,91%, Madrid 5,22%, Paris e Londres 3,96% e Frankfurt 3,94%.

Já o principal índice português, o PSI, recuava 4,06% para 6.684 pontos, com os seus 15 títulos no ‘vermelho’.

O barril de crude para entrega em junho recuava mais de cinco dólares desde a abertura, para 64,78 dólares, enquanto o euro negociava a 1,0998 dólares.

Lusa

Trump avisa: "As minhas políticas nunca vão mudar. É um ótimo momento para ficar rico"

O presidente dos EUA, Donald Trump, deixou esta sexta-feira uma menagem na rede Truth Social, a lembrar que a sua política sobre as tarifas não irá mudar.

"Para os muitos investidores que estão a entrar nos Estados Unidos e a investir quantias enormes de dinheiro, as minhas políticas nunca vão mudar", escreveu.

"Este é um ótimo momento para ficar rico, mais rico do que nunca", acrescentou.

China apresenta queixa na OMC sobre tarifas dos EUA

A China anunciou hoje que remeteu para a Organização Mundial do Comércio (OMC) a questão das tarifas impostas pelos Estados Unidos às suas exportações, tendo apresentado queixa no mecanismo de resolução de litígios.

“A China apresentou uma queixa no mecanismo de resolução de litígios da OMC", anunciou o Ministério do Comércio de Pequim, em comunicado citado pela AFP.

A China anunciou também hoje imposição de uma tarifa de 34% a importações de todos os produtos dos EUA a partir de 10 de abril, em resposta às novas tarifas impostas pelos EUA.

“A imposição pelos Estados Unidos das chamadas ‘tarifas recíprocas’ viola gravemente as regras da OMC, prejudica gravemente os direitos e interesses legítimos dos membros da OMC e prejudica gravemente o sistema de comércio multilateral baseado em regras e a ordem económica e comercial internacional”, afirmou o Ministério do Comércio, citado pela AP.

“É uma prática típica de intimidação unilateral que põe em perigo a estabilidade da ordem económica e comercial global. A China opõe-se firmemente a isto”, acrescentou.

Lusa

Ministro da Economia defende "parceria estratégica comum" com EUA

O ministro da Economia, Pedro Reis, disse hoje que o investimento americano “é muito bem-vindo” e defendeu que Portugal quer construir com os Estados Unidos da América (EUA) “uma parceria estratégica profunda”.

“Que boa semana para relembrar que queremos construir com os Estados Unidos uma parceria estratégica profunda, num mercado que é essencial para nós todos e que os Estados Unidos é uma referência também nos gigantes tecnológicos, mas para todos os outros setores”, afirmou.

O ministro da Economia discursava na inauguração do primeiro de seis edifícios do mega centro de dados da Start Campus, em Sines, no distrito de Setúbal.

“Que boa semana e que bom evento para testemunhar o quanto é fundamental um sinal de compromisso entre os Estados Unidos, Portugal e a Europa para uma agenda comum para o crescimento e para a aproximação comercial”, sustentou.

Lusa

Centro de Comércio Internacional considera exageradas tarifas recíprocas dos EUA

As supostas “barreiras tarifárias” que os EUA utilizaram para calcular as “tarifas recíprocas” contra cerca de 60 países são mais de 95% superiores às taxas reais aplicadas às importações norte-americanas, disse hoje uma responsável do Centro de Comércio Internacional (ITC).

A diretora de comércio e informação de mercado desta agência ligada à Organização Mundial do Comércio (OMC) e às Nações Unidas, Julia Spies, citou, por exemplo, que as tarifas médias da União Europeia sobre os produtos norte-americanos são de cerca de 3,5%, quando a tabela utilizada pelo Departamento do Comércio dos Estados Unidos indica 39%, ou as da China são de 5,5% (a tabela indica 67%).

A perita do ITC (International Trade Centre) ficou igualmente perplexa com a aparente utilização de uma fórmula baseada no défice comercial dos EUA com outras economias para calcular as alegadas barreiras tarifárias.

“Pessoalmente, nunca tinha visto nada deste género”, afirmou Spies numa conferência de imprensa.

Lusa

China contra-ataca com tarifas adicionais de 34% sobre todos os produtos dos EUA

A China respondeu ao pacote tarifário de Donald Trump com tarifas adicionais de 34% sobre todos os produtos dos Estados Unidos.

A medida foi anunciada esta sexta-feira e entrará em vigor na próxima quinta-feira, 10 de abril.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse, em comunicado, que a abordagem dos EUA era "inconsistente com as regras do comércio internacional, infringindo gravemente os direitos e interesses legítimos da China", e apelidou-o de "um típico ato de intimidação unilateral".

"A China sempre foi uma firme defensora da ordem económica e comercial internacional e uma firme apoiante do sistema de comércio multilateral. Pedimos aos EUA que corrijam imediatamente as suas práticas erradas e cancelem as suas medidas tarifárias unilaterais", acrescentou o ministério.

Já esta quinta-feira a China havia instado os EUA a “cancelarem imediatamente” as novas taxas alfandegárias anunciadas pelo presidente norte-americano, apelando ao diálogo, face a barreiras comerciais que “põem em causa o desenvolvimento económico global”.

“A China insta os Estados Unidos a cancelarem imediatamente as taxas unilaterais e a resolverem adequadamente as disputas com os seus parceiros comerciais através de um diálogo justo”, afirmou o Ministério do Comércio chinês, em comunicado.

Segundo o ministério, esta ofensiva protecionista da Casa Branca, sem precedentes desde os anos 1930, “põe em risco o desenvolvimento económico global” e ameaça as cadeias de abastecimento internacionais, afetando também os interesses norte-americanos.

O ministério disse que se opõe “de forma firme” às novas taxas alfandegárias, que são particularmente pesadas para os seus produtos, e prometeu lutar para defender os “direitos e interesses” da China.

“Não há vencedores numa guerra comercial e não há saída para o protecionismo”, declarou o ministério.

As taxas impostas pelos Estados Unidos “não respeitam as regras do comércio internacional e prejudicam gravemente os direitos e interesses das partes envolvidas”, declarou na mesma nota.

Trump anunciou na quarta-feira novas taxas sobre quase todos os parceiros comerciais dos EUA, incluindo um imposto de 34% sobre as importações da China e 20% sobre a União Europeia, que ameaçam desencadear guerras comerciais mais amplas.

O republicano disse que as taxas são sobretudo dirigidas a dezenas de nações que têm excedentes comerciais significativos com os Estados Unidos e impôs um imposto de base de 10% sobre as importações de todas as nações, em resposta ao que chamou de “emergência económica”.

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