A Revolut vai lançar a sucursal portuguesa durante este verão e pretende afirmar-se como "banco principal" dos clientes nacionais, disse à Lusa o diretor de Crescimento para o Sul da Europa, Ignacio Zunzunegui."Ao longo do verão lançamos a licença bancária e, depois disso, a nossa intenção é lançar também a integração com a rede Multibanco e, ao longo de 2026, outros produtos mais tradicionais que um cliente espera de um banco, com o objetivo de passarmos a ser o banco principal [dos clientes]", disse Ignacio Zunzunegui, em declarações na terça-feira à Lusa, em Barcelona.A Revolut, um banco 'online' ('fintech'), anunciou em 19 de maio que vai criar em França uma sede para os mercados da Europa Ocidental e será a essa sede que pertencerá a futura sucursal do banco em Portugal.A sucursal portuguesa da Revolut está anunciada desde março do ano passado e o atraso em relação à intenção inicial não se deveu às entidades de regulação portuguesas, com quem o banco tem "uma relação e uma colaboração muito boa", mas "a uma questão de prioridades internas", segundo Ignacio Zunzunegui."Estamos em mais de 39 países e queremos lançar uma licença bancária em todos os principais mercados e isso implica mover ou atrasar [lançamentos] em alguns países, atendendo a diversas necessidades", afirmou.Além da licença bancária em Portugal, com a qual os clientes do banco passarão a poder ter um IBAN português, a Revolut pretende "ter um produto mais local", adaptado ao consumidor nacional, nomeadamente, a integração na rede Multibanco e na rede MBWay."E depois iremos trabalhando para lançar produtos mais convencionais num banco", disse Ignacio Zunzunegui, que referiu mais produtos de crédito ou novos produtos de poupança.A Revolut tem atualmente mais 1,5 milhões de clientes em Portugal e pretende chegar aos 2 milhões ainda este ano.Pretende ainda que o mercado nacional se torne no de maior penetração de contas com domiciliação de ordenados do banco, assim que forem superadas duas "barreiras muito grandes" com o lançamento da sucursal: a não integração na rede Multibanco e a inexistência de um IBAN local."Pensamos que superando estas barreiras temos muitos argumentos para passarmos a ser a conta principal dos clientes. Para mim, Portugal é, a par da Irlanda e mais um ou dois países, o país que tem maior potencial para demonstrar que a Revolut pode ser uma das ‘top 3’ entidades financeiras do mercado”, afirmou Ignacio Zunzunegui, que disse falar em termos de número de clientes e num prazo de três a quatro anos."Mas também ao nível de depósitos iremos trabalhando nesse sentido", acrescentou.A Revolut não revelou valores de investimento estimados para Portugal, nem previsões para novos postos de trabalho no país.O banco, que se autodefine como "superapp financeira", tem mais de 55 milhões de clientes e mais de 10 mil trabalhadores em todo o mundo.A Revolut opera atualmente em Portugal através da sucursal da Lituânia, ao abrigo do regime de livre prestação de serviços.Segundo explicou a Revolut em 19 de maio, a sucursal portuguesa ficará inicialmente dependente do Revolut Bank UAB (o banco da Revolut na Lituânia), mas o objetivo é que passe a ficar dependente do banco francês quando este estiver operacional.Além de Portugal, também os mercados de Itália, Espanha, Irlanda e Alemanha ficarão dependentes do banco francês.Os depósitos de clientes residentes em Portugal na Revolut são atualmente cobertos pelo fundo de garantia de depósitos lituano e o mesmo se continuará a passar quando a Revolut abrir a sucursal de Portugal e esta estiver dependente do Revolut Bank UAB, disse à Lusa, em maio, fonte oficial da entidade financeira..Revolut instala nova sede da Europa Ocidental em Paris e anuncia investimento de mil milhões em França