Banco de Fomento apresenta plano de ação: "Não há espaço para errar", avisa ministro da Economia
O Banco Português de Fomento (BPF) tem um nova administração e um novo plano de ação que foi apresentado esta segunda-feira. O ministro da Economia, Pedro Reis, dirigiu palavras de "suporte institucional de total apoio" à nova gestão, mas também deixou bem claro que "não há espaço para errar".
Pedro Reis agradeceu à anterior administração - que teve como presidente executiva Ana Carvalho, que saiu do cargo a 31 de dezembro, e como chairman Celeste Hagatong, que renunciou ao mandato em setembro por motivos de saúde - reconhecendo que a " tarefa do BPF não tem sido fácil", com "barreiras que tiveram que ser suplantadas".
Mas agora o ministro da Economia espera que o BPF "ajude a fazer política económica". Pedro Reis disse que o BFP terá seis desafios, que serão seis vetores de atuação. Entre eles estão o reforço do portefólio de garantias, a capacidade de o BPF se constituitr como agência de crédito à exportação, o alargamento e redesenho da rede de parcerias internacionais, a ativação de garantias para investimentos do Plano de Recuperação e Resiliência e PT2030 e o reforço dos instrumentos de capital e de investimento, nomeadamente através da Portugal Ventures, com apoio nos estágios mais embrionátrios dos projetos, mesmo em fase seed e pré-seed.
Sobre o reforço das parcerias estratégicas de investimento, o ministro da Economia disse que está em negociação um acordo com os Emirados Árabes Unidos e que o objetivo "é não só fechar essa agenda que se abriu, mas ir fazendo em mais países".
Gonçalo Regalado, o novo presidente executivo da instituição, traçou as metas da sua gestão até 2027. São "mil dias" - contabilizou o CEO - para pôr em ação um plano que tem como meta impulsionar o investimento empresarial, e que inclui 14,6 mil milhões de euros de garantias financeiras ao longo de 2025, "5% do PIB", sublinhou o gestor. O plano prevê também investimentos "relevantes" em tecnologia para criar um Banco de Fomento Digital para "ganhar tempo de resposta" e "eficiência operacional ao serviço das empresas". O gestor admitiu que "não é tolerável demorar meses a responder às empresas".
O CEO anunciou um novo modelo de garantias pré-aprovadas, tendo sido criados "modelos para saber o limite da garantia a conceder" como faz a banca comercial, que abrangerá 150 mil empresas até maio. O primeiro lote, de 50 mil, avança já em março, outras 50 mil em abril e mais 50 mil em maio. "Dar garantias pré-aprovadas é dizer às empresas invistam", sublinhou Gonçalo Regalado. O gestor afastou problemas de risco, apontando para números que indicam que a dívida bancária das empresas portuguesas tem vindo a cair e está "abaixo da média europeia".
Anunciado foi também o reforço das parcerias com o Banco Europeu de Investimento (BEI) e o Fundo Europeu de Investimento (FEI).
No âmbito do FEI InvestEU estão em negociação "6500 milhões de euros para alavancar investimentos estratégicos e inovadores", avança a instituição financeira. O BPF InvestEU tem 3555 milhões de euros de garantias para projetos de inovação, sustentabilidade e investimento e o programa ADN 2025 (Apoio ao Desenvolvimento de Negócios) e o MPE 2025 (micro e pequenas empresas) prevê mais 1250 milhões. E para alavancar investimentos com fundos europeus , há três mil milhões para o PT2030 e 278 milhões para "apoiar projetos inivadores e aclerar a transição digital e sustentável já reprogramados no PRR".