Baby Shark, a canção infantil campeã de visualizações no YouTube que deu origem a negócio milionário

Baby Shark, a canção infantil campeã de visualizações no YouTube que deu origem a negócio milionário

A música foi lançada na rede social de partilha de vídeos em 2016, desde então a empresa sul-coreana, que não tinha dinheiro para salários, cresceu e tornou-se negócio de 400 milhões de dólares.
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A música infantil Baby Shark é hoje em dia um dos fenómenos mais incríveis de popularidade junto das crianças. São mais de 16 mil milhões de visualizações no YouTube, o que o torna o mais visto de sempre desta plataforma de partilha de vídeos.

O fenómeno começou quando em 2016 quando o sul-coreano Kim Min-seok decidiu partilhar a sua composição. O êxito foi tão grande que a sua empresa, a Pinkfong, deu um salto que nunca imaginou possível, ao ponto de nesta terça-feira, 18 de novembro, ter entrado no mercado de ações da Coreia do Sul, onde as ações subiram mais de 9% no primeiro dia, com a empresa a atingir o valor de mercado de 400 milhões de dólares (cerca de 345 milhões de euros).

Em declarações à BBC, Kim Min-seok, diretor executivo da Pinkfong, admitiu que a publicação de Baby Shark "tornou-se um ponto de viragem crucial que preparou o terreno para esta nossa jornada global", embora na altura não esperasse que fosse o conteúdo que se destacasse dos outros criados pela empresa.

A Pinkfong foi fundada em 2010 com o nome de SmartStudy, e já na altura produzia conteúdos digitais para crianças de até 12 anos. No entanto, tinha apenas três funcionários, incluindo Kim Min-seok. "O escritório era minúsculo e na altura nem esperávamos receber salário", explicou à BBC.

Após várias reformulações, a empresa foi crescendo e atingiu cerca de 100 funcionários, especializando-se na criação de jogos e conteúdos simples dirigidos para a aprendizagem das crianças. "Foi nessa altura que surgiu Baby Shark", disse o agora diretor executivo da The Pinkfong Company, que é o nome da empresa desde 2022.

Agora conta com cerca de 340 funcionários, tem a sua sede em Seul e escritórios em Tóquio, Xangai e Los Angeles.

E tudo graças ao boom originado por Baby Shark, uma música infantil que, na realidade, que terá surgido nos Estados Unidos na década de 1970, onde era frequentemente cantada em acampamentos de verão.

Por causa disso, a Pinkfong foi acusada de plagiar a obra de um compositor norte-americano, tendo por isso enfrentado um processo judicial em 2019. A empresa argumentou que a sua versão derivava de uma canção folclórica de domínio público, uma alegação que foi aceite pelo Tribunal Supremo da Coreia do Sul, que arquivou o caso.

"É como uma música de K-pop: muito acelerada, rítmica e viciante", admitiu Kim Min-seok, ciente que a música, que se tornou popular em todo o mundo, mudou a sua vida e projetou a sua empresa para um nível global. Afinal, o vídeo gerou cerca de metade da receita da Pinkfong, nos anos que se seguiram à sua publicação no YouTube, tendo também servido de trampolim para outros conteúdos produzidos pela empresa.

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