Amazon apresenta a Alexa+ - a nova IA que promete integrar serviços como nenhuma outra

O gigante norte-americano do retalho e de serviços online Amazon apresentou esta quarta-feira a nova versão do seu assistente digital Alexa, numa conferência de imprensa em Nova Iorque.

A Alexa+ é a maior evolução deste serviço desde o seu lançamento, em 2014, e também o primeiro upgrade com a "mão" de Panos Paney, ex-diretor de Produto dos computadores Surface, da Microsoft, que em outubro de 2023 rumou à Amazon para liderar a equipa de eletrónica de consumo.

A Alexa Plus é um serviço pago (20 dólares mensais), ainda que gratuito para subscritores do Amazon Prime. Exclusivo para os Estados Unidos, como é habitual nestes lançamentos, junta o poder da Inteligência Artificial generativa à dos assistentes digitais das smart homes, mas não só.

Segundo foi demonstrado, com o novo serviço torna-se mais simples dar comandos de voz como "toca música em todo lado, mas não acordes o bebé" -- em que a Alexa põe automaticamente todos os dispositivos compatíveis a tocar música por toda a casa, exceto no quarto da criança, compreendendo "inteligentemente" qual a divisão que deve evitar.

Da mesma forma, é possível dialogar com o sistema em linguagem natural para encontrar uma canção, por exemplo. No caso apresentado foi pedido à Alexa que ela se lembrasse de qual era do dueto que Lady Gaga canta com um ator conhecido -- Shallow, com Bradley Cooper, de A Star is Born - Assim Nasce uma Estrela.

E, depois, numa demonstração de integração de serviços Amazon, Panos Paney pede à Alexa para que mostre a parte do filme em que a canção é cantada. Esta lança no ecrã do Eco Show (à segunda tentativa...) o Assim Nasce uma Estrela, via Prime Video, e procura automaticamente o trecho relevante.

Utilizador "puxado" para o ecossistema

O mesmo acontece, naturalmente, com o serviço de criação de listas de compras, que já era atualmente possível fazer por voz (nos EUA) através da Alexa, para encomendas na Amazon, mas que com a Alexa+ passa a ser bem mais simples, pois esta responde mais facilmente a conversa "natural".

Outro novo serviço associado é a procura e marcação de restaurantes, bem como a compra de bilhetes de espetáculos, igualmente através de discurso direto -- utilizando para isso serviços parceiros da Amazon, como o Yelp ou o Ticketmaster.

Num passo que é um verdadeiro tiro de aviso a outros gigantes de IA -- e que visa aliciar os utilizadores a não saírem do "universo Amazon" é a inclusão na Alexa das ferramentas já típicas dos Large Language Modules (LLM) de resumo de documentos e marcação de eventos na agenda.

Assim, passa a ser possível enviar para o assistente digital quaisquer textos ou outros dados que se queiram e pedir-lhe ajuda para os trabalhar. A assistente também marcará automaticamente compromissos relevantes que daí decorram na agenda do utilizador, por exemplo.

Para tornar tudo isto exequível a Amazon anuncia não apenas "dezenas de milhares" de parceiros disponíveis a adotarem os seus serviços, nas palavras de Daniel Rausch, vice-presidente da empresa da divisão Echo e Alexa, como o facto de a assistente virtual, na realidade, ser um "sistema agnóstico" que "escolhe automaticamente qual o melhor serviço para cada tarefa".

Na base da IA estão os serviços da Amazon Bedrock, que depois, segundo Rausch, para os LLM se baseiam no Amazon Nova e numa nova parceria na Antrop\c, descrita como "empresa-chave".

Assim, a Alexa interpreta a linguagem natural através do serviço base e depois reencaminha o pedido para o que for mais útil. Por exemplo, se o pretendido for a marcação de um Uber, aí já não é necessário recorrer a um LLM, mas sim ir buscar a extensão que este parceiro tem com a Amazon.

Junto com estes novos serviços serão lançados novas apps para telemóvel e um novo website que servirá para carregar os documentos a analisar pela IA.

Neste dia não foram apresentados quaisquer novos dispositivos, mas ficou a garantia de que estes serviços funcionarão em "praticamente todos" os já existentes.

No entanto, tendo em conta que muitas das respostas apresentadas pela "nova" Alexa são visuais, os aparelhos com ecrã, como os Echo Show, parecem ser mais indicados para usufruir destas novidades. Pelo menos daquelas que conseguirmos obter aqui na Europa...

Os serviços começam a ser disponibilizados ao público no fim do próximo mês.