Autoridade Bancária Europeia diz que 22% de crédito em moratória "não é totalmente disparatado"

Para a Autoridade Bancária Europeia, Portugal compara bem com outros países, e o que é importante é haver monitorização eficaz dos créditos.
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O peso do volume de crédito português em moratória, mais de um quinto dos empréstimos concedidos pela banca, não é visto como problemático para a Autoridade Bancária Europeia (EBA), que entende que os valores que agora se registam cairão bastante ao longo dos próximos seis meses.

"Não é totalmente disparatado em comparação com outros países. Claro que nos próximos seis meses essa percentagem vai ser muito mais baixa e será muito mais fácil para os bancos lidarem com clientes individuais", afirma o diretor da EBA para o setor bancário, inovação e consumidores, Piers Haben, em entrevista ao Jornal de Negócios publicada nesta terça-feira.

Na entrevista, o responsável da EBA defende que o importante será as instituições bancárias vigiarem e sinalizarem os créditos passíveis de entrarem em incumprimento, lembrando ainda que a autoridade está atualmente a conduzir testes de stress nos principais bancos europeus que permitirão identificar problemas.

"Se a moratória termina no final de março ou mais tarde, o que é importante é que rapidamente se crie essa relação. Se os bancos têm a informação de que há problemas relativamente à capacidade de um cliente pagar - o critério de unlikely to pay - é importante que haja essa relação", refere.

Por outro lado, Haben aponta que os bancos portugueses já contam atualmente com um mercado secundário para venda de malparado, defendendo ainda que estes estão "muito mais fortes" e experientes na gestão de ativos problemáticos.

A EBA - pelo menos, no momento - mantém o plano para terminar o atual enquadramento dado às moratórias europeias no final de março, e refere que caberá aos bancos avaliarem eventuais prolongamentos. Mas, nesse caso, reclassificando créditos sempre que seja necessário.

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