Volkswagen rejeita hipótese de deslocalizar produção da Autoeuropa
O CEO da Volkswagen garantiu que o construtor "não está a considerar outras opções" para a produção do T-Roc, realçando que seria "muito dispendioso alterar o local de fabrico"
O presidente executivo da marca Volkswagen (VW) espera uma solução em outubro para o conflito laboral existente na fábrica da Autoeuropa e afasta a hipótese de transferir a produção do novo modelo T-Roc de Palmela.
"Sim, definitivamente", respondeu Herbert Deiss à questão colocada num encontro com jornalistas portugueses sobre outubro ser a data para chegar a uma solução entre trabalhadores e a administração da Autoeuropa em relação ao trabalho ao sábado para assegurar a produção do novo modelo da marca.
No salão automóvel de Frankfurt, na Alemanha, Herbert Deiss garantiu que o construtor "não está a considerar outras opções" para a produção do T-Roc, realçando que seria "muito dispendioso alterar o local de fabrico".
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"Podemos vender tantos carros (T-ROC) quantos Portugal puder produzir", acrescentou o dirigente, notando os planos de descontinuar a produção de veículos menos atrativos.
No encontro com jornalistas em Frankfurt, promovida pela marca alemã, o CEO da VW recordou a conversa que já teve com o ministro da Economia, Caldeira Cabral, garantindo que "todas as partes têm muito interesse chegar a um acordo".
Herbert Deiss admitiu que a contestação dos trabalhadores à proposta de novos horários face à produção de um novo modelo, que culminou numa greve a 30 de agosto, "é uma preocupação" e foi "uma surpresa" dadas as "relações laborais estáveis e de confiança" durante cerca de 20 anos, que fizeram com que nunca houvesse antes uma greve na empresa por motivos laborais.
O responsável lembrou alterações recentes na unidade de Palmela, tanto na direção de recursos humanos como na representação dos trabalhadores (na Comissão de Trabalhadores), numa fábrica elogiada pelo dirigente, a nível das "competências".
Questionado sobre o que está em causa nas negociações com os trabalhadores, Deisse considerou que "uma combinação" de fatores e recordou que com o novo modelo a fábrica regressará à capacidade plena de produção.
Os trabalhadores da Autoeuropa contestam a obrigatoriedade de trabalhar ao sábado após a implementação do novo horário de laboração contínua, com três turnos diários de segunda a sábado.
Com os novos horários que a administração da Autoeuropa pretendia colocar em prática a partir de novembro, os trabalhadores passariam a ter uma folga fixa ao domingo e uma folga rotativa nos outros dias da semana, pelo que só poderiam gozar dois dias de folga consecutivos quando a rotativa fosse ao sábado ou à segunda-feira.