Schäuble: as duas versões de uma ameaça de resgate

Entre o "vai", o "pode" e o "se cumprirem as regras" ficou a ameaça. Portugal garante que não está previsto novo plano de resgate

O ministro das Finanças alemão afirmou hoje que Portugal está a pedir "um segundo programa" e que "vai consegui-lo", mas depois suavizou o tom e disse que o país pode precisar de novo resgate "se não cumprir as regras europeias".

De acordo com a agência Bloomberg, Wolfgang Schauble afirmou, numa conferência em Berlim, que Portugal está a pedir "um novo programa" e que "vai consegui-lo".

No entanto, o governante alemão corrigiu depois aos jornalistas as suas declarações: "Os portugueses não o querem e não vão precisar [de um segundo resgate] se cumprirem as regras europeias", precisou.

"Eles têm de cumprir as regras europeias ou então vão ter dificuldades", disse o ministro das Finanças alemão em Berlim.

A resposta do governo

O Ministério das Finanças garantiu hoje que não está a ser considerado qualquer novo resgate, em reação às declarações do ministro das Finanças alemão, que falou num segundo programa, acrescentando que o Governo está empenhado em cumprir as metas orçamentais.

"Tendo em conta as declarações do ministro alemão das finanças, Wolfgang Schäuble, e ainda que tendo sido imediatamente corrigidas pelo próprio, o Ministério das Finanças esclarece que não está em consideração qualquer novo plano de ajuda financeira a Portugal, ao contrário do que o governante alemão inicialmente terá dito", lê-se no comunicado divulgado hoje à tarde.

O gabinete liderado por Mário Centeno refere ainda que o Governo "continua e continuará focado no cumprimento das metas estabelecidas para retirar Portugal do Procedimento por Défices Excessivos" e refere que um sinal disso mesmo são "os dados da execução orçamental conhecidos até ao momento".

Ainda na nota de imprensa divulgada pelas Finanças é dito que, "no atual momento que a Europa atravessa, o Governo continuará a trabalhar com a serenidade e a responsabilidade que o projeto europeu exige" e que mantém o empenho em cumprir os "compromissos europeus, parlamentares e, acima de tudo, com os portugueses."

(Notícia atualizada às 17:51)

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