O organismo de Auto-Regulação Publicitária (ARP) ordenou a retirada da campanha Uma Geração Sem Limites, na qual promove a 5ª Geração de Internet Móvel, por considerar que a mesma constitui uma "prática comercial enganosa", pelo que "a sua divulgação deverá cessar de imediato e não deverá ser reposta, seja em que suporte for"..A NOS não comenta esta informação, nem o organismo regulador. "Não nos cabe comentar processos que decorram e não finalizados/concluídos pela tramitação inerente em sede do júri da Auto-regulação publicitária. É nossa prática que, no momento próprio, as decisões sejam divulgadas no nosso site", reagiu Nuno Pinto Magalhães, presidente da ARP, quando contactado pelo Dinheiro Vivo..A propósito de um novo tarifário de internet móvel, a NOS avançou em outubro com uma campanha de comunicação NOS Apresenta: Uma Geração sem Limites, promovendo a 5ª Geração de Internet Móvel, "sem limite de dados, chamadas e SMS". A campanha motivou uma queixa da concorrente Meo junto do organismo de auto-regulação, acusando a campanha de publicidade enganosa, na medida em que "induz o consumidor em erro quanto às características a tecnologia utilizada, e que pode levar o consumidor a acreditar que a NOS lhe irá fornecer, no âmbito do tarifário anunciado, as velocidades e valências da tecnologia 5G, o que não corresponde à realidade", pode ler-se na decisão da ARP a que o Dinheiro Vivo teve acesso..O Meo lembra que a oferta de 5G é neste momento "impossível do ponto de vista técnico, pois nem sequer são ainda conhecidas as condições e os timings em que serão atribuídos os direitos de utilização de frequências para o 5G, pelo que a NOS não pode, efetivamente, estar já a explorar esta tecnologia"..O arranque do 5G está previsto, de acordo com o cronograma da Anacom, para o final de junho de 2020, altura em que serão conhecidos os resultados do leilão de frequências que deverá ser lançado em abril do próximo ano..A NOS nega. "Em momento algum", diz, "incentiva ou induz o consumidor a subscrever um tarifário que assenta na rede móvel 5G", argumentando que a campanha "realça apenas as características de um tarifário de comunicações móveis destinado a um segmento ("geração") de consumidores que privilegiam uma experiência plena e sem constrangimentos". Mais, refere, "os consumidores podem disfrutar, desde já, dessa utilização sem limites, sendo que essa experiência será exponencial logo que a rede móvel 5G for disponibilizada de forma generalizada em todo o território nacional"..A operadora considera que a campanha "não desrespeita a verdade, nem deforma factos" e que, em sintetize, o anúncio "não é enganoso, nem viola qualquer norma do Código da Publicidade"..Não é esse o entendimento do júri de Ética (JE) do ARP. Para o organismo há que ter em conta o contexto em que a campanha surge, num momento em que a disponibilização da rede 5G é "anunciada em Portugal como iminente", havendo, por conseguinte, uma expectativa do consumidor em relação a esta tecnologia.."É neste contexto que o JE não pode deixar de entender que a campanha publicitária da NOS é, efetivamente, suscetível de induzir o consumidor em erro e de o levar a acreditar que a requerida (NOS) está a anunciar a disponibilização imediata desta rede, associada a um serviço sem limites de velocidade e dados", diz o organismo auto-regulador. O claim "Chegou a nova rede móvel para uma nova geração sem limites" indicia isso mesmo, entendendo a ARP que "a mensagem deveria ser clara quanto ao carácter futuro e incerto dessa disponibilização sendo que tal limitação não de infere do claim "pronta para o 5G'"."O JE considera ser esta iminência de disponibilização da rede 5G o fator que mais releva para que o consumidor possa ser levado a acreditar que o serviço publicitário irá permitir a sua utilização, considerando, assim, a campanha publicitária enganosa", pelo que "a sua divulgação deverá cessar de imediato e não deverá ser reposta, seja em que suporte for"..Leia mais em Dinheiro Vivo a sua marca de economia