Quadro Financeiro Plurianual. Bruxelas pede reforço de 66 mil milhões de euros

Comissão Europeia pede aos Estados-membros para reforçarem as contribuições para o orçamento da União Europeia.
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A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou esta terça-feira a revisão do quadro financeiro plurianual, elegendo três prioridades que carecem de verbas.

Para apoiar a Ucrânia, responder à crise migratória e garantir a competitividade da economia europeia, num mundo que mudou, Von der Leyen apela a um reforço do orçamento de longo prazo e 66 mil milhões de euros.

Von der Leyen afirma que desde que o quadro financeiro plurianual foi aprovado sucederam-se "três novas crises", num contexto "desafiador". Tais mudanças traduzem-se em novas despesas a nível europeu. A presidente da Comissão destaca três categorias, com a Ucrânia na primeira linha.

"Propomos uma reserva financeira de 50 mil milhões de euros para os próximos quatro anos. Isto inclui empréstimos e subvenções", afirmou a presidente do executivo comunitário, salientando que "essa reserva proporcionará, em primeiro lugar, perspetivas para os nossos parceiros na Ucrânia [como] previsibilidade, e deverá também incentivar outros doadores a darem o seu contributo".

No topo das prioridades da Comissão está também "o desafio das migrações" que atingiu "uma magnitude que requer uma resposta urgente". E, também aqui, são necessárias mais verbas.

"Estamos a propor equipar os nossos Estados-Membros com apoio financeiro para reforçar a gestão da nossa fronteira externa. Temos de trabalhar mais intensamente com os nossos vizinhos para promover o desenvolvimento económico e estabilizar esses países", defendeu.

"Precisamos de um orçamento adicional para os refugiados sírios na Síria, no Líbano, na Jordânia e na Turquia, para a rota migratória do sul, para os Balcãs Ocidentais, para os parceiros em todo o mundo e também para manter a nossa capacidade de reagir a crises humanitárias e catástrofes naturais", vincou Von der Leyen, adiantando que para estas rubricas estão a ser pedidos "15 mil milhões de euros".

O terceiro elemento da lista é a resiliência e competitividade da economia europeia. Von der Leyen afirma que Bruxelas vai reforçar o investimento tecnológico.

"Identificámos três setores prioritários que são fundamentais para preservar a área digital e a nossa vantagem competitiva, como a tecnologia de vanguarda, a tecnologia limpa e a biotecnologia", destacou a chefe do executivo comunitário.

"Temos fundos eficientes no nosso orçamento europeu para projetos nestes setores. Mas temos orçamentos limitados e, neste caso, estamos a pedir um reforço limitado de 10 mil milhões de euros para alguns desses fundos", sublinhou.

A revisão intercalar do quadro financeiro plurianual implica um aumento das contribuições nacionais para o bolo comunitário. "Estamos a pedir aos nossos 27 Estados-Membros uma dotação de 66 mil milhões de euros para concretizar as três prioridades", revelou a presidente da Comissão Europeia, lembrando que a Ucrânia, Migrações e competitividade são os três destaques no orçamento de longo prazo da União Europeia.

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