Preços das casas tiveram em 2022 o maior aumento dos últimos 30 anos
Comprar um imóvel em Portugal ficou mais caro 18,7%. Mas o ritmo de valorização já começou a perder fôlego.
Os preços das casas em Portugal tiveram uma valorização anual de 18,7% em 2022, a mais elevada dos últimos 30 anos. Para encontrar uma variação deste nível é necessário recuar a 1991, quando os preços subiram 18,8%, avança a Confidencial Imobiliário.
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É um aumento histórico. Nos anos anteriores à pandemia, quando o mercado já dava sinais de grande vitalidade, as subidas anuais dos preços das casas andavam nos 15%, lembra a consultora especializada em estatísticas do setor.
Há ainda assim uma notícia menos má nos indicadores. Ao longo do ano, o ritmo de crescimento dos preços foi perdendo fôlego. O aumento das taxas de juro e da inflação não serão alheios a esta travagem.
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Segundo avança a Confidencial imobiliário, até julho, os preços mantiveram uma trajetória de aceleração, com sucessivas subidas mensais médias de quase 2%.
Já na segunda metade de 2022, o mercado deu sinais de perda de intensidade, com um arrefecimento das variações mensais, que por duas vezes foram inferiores a 1%, entrando inclusive em terreno negativo em setembro (-0,5%).
"Daqui resulta que, apesar de ter atingido um valor robusto de 18,7%, a variação homóloga registada em dezembro apresenta uma contração face aos registos da segunda metade do ano, quando este indicador atingiu o pico inédito de 21,1% (em agosto), e é mesmo a mais baixa desde julho", diz a consultora em comunicado.
As variações trimestrais dos preços confirmam esta tendência de desaceleração. Os aumentos continuaram significativos, mas as subidas foram menores a cada trimestre.
Como nota a Confidencial Imobiliário, passaram de um aumento de 5,5% no 1º trimestre de 2022, para 5% no 2º trimestre, 3,7% no 3º trimestre e 3,2% nos últimos três meses do ano.
Este ano, e como apontam os agentes do mercado, é possível que se vá assistir a uma estabilização dos preços. Como recorda a Confidencial Imobiliário, foi em 2017 que os preços das casas começaram a registar aumentos significativos. Nesse ano, subiram 12,8% mais que duplicando a valorização de 5,6% registada em 2016.
Em 2018, verificou-se um acréscimo nos preços de 15,4%. E, no ano seguinte, subiram 15,8%. Com a pandemia, assistiu-se a uma retração nesta escalada, e em 2020, os preços só aumentaram 4,8%.
Com o surto da covid-19 mais controlado e a confiança dos consumidores instaurada, 2021 trouxe uma nova intensificação das subidas, registando-se nesse exercício uma valorização homóloga de 12,2%.
sonia.s.pereira@dinheirovivo.pt
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