Ministro da Economia desagradado com aumento do défice da balança comercial

Manuel Caldeira Cabral:"É um crescimento face ao ano passado, mas é uma taxa de crescimento que é insatisfatória"
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O ministro da Economia disse estar insatisfeito com o aumento este ano do défice da balança comercial em 206 milhões de euros, após conhecer os dados das importações e exportações hoje divulgados.

"Estes números obviamente que não nos podem satisfazer. É um crescimento face ao ano passado, mas é uma taxa de crescimento que é insatisfatória, afirmou aos jornalistas Manuel Caldeira Cabral, que falava à margem de uma conferência sobre biotecnologia, na Ericeira, Mafra, em que participou na sessão de encerramento.

Apontando como motivos "questões conjunturais", o governante defendeu que é necessário "inverter a tendência" e adiantou que o Governo está a trabalhar em medidas de apoio ao investimento para ajudar as empresas a "voltar a aumentar as exportações".

De acordo com os dados relativos ao comércio internacional de Portugal até fevereiro divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), "excluindo os combustíveis e lubrificantes, as exportações aumentaram 2,9% e as importações cresceram 7,7%" em fevereiro deste ano face ao mesmo mês de 2015.

Assim, o défice da balança comercial de bens registou um aumento homólogo de 206 milhões de euros em fevereiro de 2016, para os 713 milhões de euros, "similar ao acréscimo registado no défice da balança comercial excluindo os combustíveis e lubrificantes (-204 milhões de euros)", que totalizou os 524 milhões de euros.

Os mesmos dados apontam para uma quebra de 44,6% nas exportações das empresas portuguesas para Angola, assim como as importações oriundas daquele país africano também caíram mais de 18%.

"Estamos preocupados. A queda das exportações para Angola começou na segunda metade do ano passado, continuou no início deste ano, as empresas portuguesas obviamente estão a passar por dificuldades", reagiu o ministro da Economia, adiantando que o Governo está não só atento à ajuda que o Fundo Monetário Internacional vai dar a Angola, como também a "rever os instrumentos de apoio existentes e a criar novos".

Apesar da quebra das exportações com Angola, Manuel Caldeira Cabral salientou que, ao contrário, as exportações cresceram para outros mercados, dando o exemplo dos Estados Unidos da América.

A conferência 'Biotecnologia: Um Caminho para Portugal na 4.ª Revolução' foi promovida pela Associação Portuguesa de Bio-indústrias (P-BIO).

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