Mercadona vai ter 70 supermercados a Norte. Prepara expansão para Sul
A Mercadona poderá ter entre 150 a 200 lojas em Portugal nos próximos sete a oito anos. Só na região Norte a cadeia espanhola prevê abrir 70 supermercados. "Não acredito em centralismos, como sabem. E, para mim, o Porto vale tanto quanto Lisboa", disse Juan Roig, presidente da Mercadona, quando questionado do porquê da concentração de aberturas naquela região. "Portugal é algo mais do que Lisboa, tal como Espanha é mais do que Madrid".
A primeira de 10 lojas previstas para este ano abre a 2 de julho, no Canidelo, em Vila Nova de Gaia. Segue-se em julho, ao ritmo de uma por semana, as lojas de Matosinhos, Maia e Gondomar. Depois, no distrito de Aveiro, ao longo do segundo semestre, as lojas de Ovar e São João da Madeira, seguindo-se os supermercados de Braga e Barcelos, no distrito de Braga, e as segundas lojas no Porto e Vila Nova de Gaia.
Apostas que, juntamente com o centro de coinovação, em Matosinhos, e o centro logístico na Póvoa de Varzim, já representaram, desde 2016, quando foi anunciada a entrada da cadeia em Portugal, um investimento de 160 milhões de euros. Só no ano passado foram investidos 60 milhões.
A empresa, que já conta com 300 colaboradores em Portugal, deverá chegar ao final do ano com cerca de mil colaboradores, um crescimento também resultante da decisão de abrir os supermercados ao domingo, segundo melhor dia de vendas em Portugal. Em Espanha, a Mercadona encerra nesse dia.
A cadeia não revelou dos 1,504 mil milhões de euros que tem previsto investir em 2019 (mais 50% do que há um ano), quanto vai injetar no mercado nacional. Em Portugal, "vai ser o que for preciso", diz Juan Roig.
Na região Norte, a Mercadona já tem fechado 10 novas localizações cuja abertura deverá ocorrer nos próximos dois anos. Mas há planos para expandir a sul. Sempre por crescimento orgânico. "O objetivo é abrir este ano 10 lojas em Portugal no Grande Porto, Aveiro e Braga e vamos continuar por ali abaixo até chegar a Lisboa", disse Juan Roig. "Não vamos fazer aquisições. Vamos abrir loja a loja", frisou.
O gigante de distribuição espanhol - fechou o ano passado com vendas de 24,3 mil milhões (+6%) e lucros de 593 milhões de euros (+ 84% face a 2017) - ainda não adiantou datas para a abertura de supermercados na Grande Lisboa, mas já está a contratar profissionais para a expansão na região.
Planos que não se ficam por aqui. "No futuro teremos também um centro de coinovação na zona de Lisboa, bem como um centro logístico para a servir a zona centro e sul", adianta Elena Aldana, head of european affairs da Mercadona, ao Dinheiro Vivo. Um centro de coinovação a sul para estudar o cabaz de oferta que a cadeia irá colocar nas lojas da região.
A Norte, as 10 lojas que vão abrir terão 50% do sortido idêntico aos supermercados de Espanha, tendo a empresa já feito a dupla identificação dos produtos que vão ser vendidos nos dois mercados para ter sinergias.
As lojas Mercadona em Portugal arrancam já com a secção de Pronto-a-Comer, projeto que a cadeia espanhola arrancou no ano passado, em Valência, já está presente em 17 lojas das 1636 Mercadona em Espanha, e no qual investiu mais de cinco milhões. O valor subirá para 120 milhões de euros em 2019, ano em que a empresa pretende integrar o Pronto-a-Comer em 250 supermercados, entre os quais os de Portugal. Onze dos 38 pratos presentes na oferta serão comuns aos dois países, mas nas lojas a Norte os consumidores irão ter pratos típicos nacionais, como francesinhas, bacalhau com natas, à Brás, rissóis ou frango grelhado.