Mercado livre de eletricidade cresceu 33% no último ano

Apesar das ofertas comerciais, ainda restam cerca de 1,9 milhões de clientes de tarifa regulada, que acaba no final de 2017
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Três em cada quatro clientes de eletricidade em Portugal estão já no mercado liberalizado (76%), de acordo com o relatório de setembro da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). São 4,232 milhões de clientes - mais 33% do que em setembro do ano passado -, 45 mil dos quais angariados mesmo em setembro e que representam um aumento de 1,1 em relação a agosto. A EDP mantém a liderança em número de clientes (84,6%) e em consumos (43,6%), mas tem vindo a partilhar cada vez mais o mercado com os novos operadores nos segmentos industrial, pequenos negócios e domésticos.

Segundo a EDP, as "oscilações em diferentes segmentos são fruto da dinâmica própria de um mercado aberto e competitivo", mantendo a empresa "uma oferta competitiva" que a mantém "líder, com particular destaque nos pequenos negócios (52%) e domésticos (85%)".

Comparando setembro do ano passado com o mesmo mês deste ano, a Endesa manteve a liderança e melhorou a sua quota de mercado de consumo entre os grandes consumidores (de 25,4% para 26,6%), os industriais (de 27,2% para 28%) e os pequenos negócios (de 17,4% para 20,8%). A Endesa desvenda o "segredo" para conquistar clientes à concorrência: "Preços competitivos e serviços de valor acrescentado, como apoio e aconselhamento para otimização das faturas", explicou fonte da empresa, que prepara agora "uma estratégia competitiva para conquistar os clientes domésticos em gás e eletricidade".

Em setembro, 2% dos clientes de eletricidade mudaram de comercializador, principalmente pequenos negócios e domésticos. "Nas situações mais comuns, a mudança faz-se sem dificuldades, no prazo médio de cinco dias úteis", sublinhou fonte da ERSE, sem quantificar quantas queixas se registaram entre as 29 738 mudanças de operador registadas.

Cerca de 1,9 milhões de consumidores, na sua maioria domésticos e de menores potências contratadas, permanecem no mercado regulado a dois anos do fim do período de transição. A ERSE irá "efetuar uma análise para consumidores com potência contratada inferior a 10,35 kVA e igual ou superior a 10,35 kVA" para incentivar a passagem desses consumidores para o mercado livre.

Apesar das ofertas dos líderes de mercado nos segmentos de grandes consumidores, industriais e pequenos negócios, há 4517 empresas que ainda permanecem no mercado regulado. A maioria preferiu as propostas de empresas como Endesa, Iberdrola e Galp, em desfavor da EDP Comercial, que tem vindo a partilhar cada vez mais quota de mercado. Em setembro deste ano, a EDP tinha apenas 43,3% de quota de consumo no segmento pequenos negócios face a 45,5% no mesmo mês do ano passado; e também apenas 80,5% no segmento domésticos face a 81,7% no mesmo mês de 2014.

A quase totalidade do número de clientes do mercado livre concentra-se nos clientes domésticos, os quais representavam, em setembro, 98,7% do total de clientes. Os clientes industriais representaram a maior parte do consumo deste mercado (36%), sendo seguidos pelos clientes domésticos (34%) e pelos grandes consumidores (23%). Os pequenos negócios representaram cerca de 8% do consumo no mercado livre.

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