A recessão da pandemia foi bastante diferente das outras, constatou, esta terça-feira, Christine Lagarde, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), na segunda edição virtual do Fórum BCE, que costumava decorrer em Sintra até a doença impedir a realização de eventos como este..Neste primeiro de dois dias do Fórum, que é dedicado aos desafios da política monetária no pós-pandemia, Lagarde veio pôr um pouco de água na fervura em relação aos medos crescentes em relação à inflação..Disse que o BCE vai ter calma com os juros, mesmo que a inflação dê sinais de aumentos grandes, mas localizados. "Não vamos reagir de forma exagerada", avisou..E revelou que, de acordo com novos estudos analisados pelo Banco, os consumidores da zona euro vão tender a comportar-se de maneira ainda mais cautelosa aos estímulos de consumo à medida que a retoma vai ganhando forma. Lagarde observa que isto é um entrave sério à retoma e pediu às famílias que considerem gastar mais das poupanças que acumularam durante a pandemia e aos decisores de política que induzam mais otimismo nas pessoas com esse objetivo de agitar a despesa e o consumo num futuro próximo. Que gerem um ambiente de mais confiança, basicamente..A banqueira central alertou que nesta primeira etapa da retoma (parte em 2021 e depois 2022) as pessoas vão mostrar que ficaram traumatizadas com as recessões passadas, o que deve levar a que apertem mais os cordões à bolsa..Numa segunda etapa de retoma, "a partir do final de 2022", Lagarde espera que os políticos tenham feito o seu trabalho, aplicando uma bateria de medidas de promoção do investimento verde, tecnológico e do emprego, e que isso "produza um círculo virtuoso, em que as pessoas se tornem mais otimistas", referiu a economista e advogada francesa..Mas isso é lá para 2023. Até lá, o cenário é mais contido, menos otimista..Leia mais em Dinheiro Vivo a sua marca de economia