Grupo Mello rejeita proposta para prolongar PPP de Vila Franca
Nem mais um dia. O grupo Mello rejeitou a proposta do governo para manter a gestão do Hospital de Vila Franca por mais "dois ou três anos após o fim do contrato, até que fosse tomada uma decisão do Estado sobre o modelo de gestão futuro". Sendo certo que a parceria público-privada não seria renovada, conforme decisão comunicada à José de Mello Saúde (JMS) neste verão.
O grupo dono da CUF deixará, portanto, de estar aos comandos do Hospital - que a Entidade Reguladora da Saúde pôs entre os três melhores do país - na data prevista no contrato: 31 de maio de 2021.
Chega assim ao fim uma parceria que, segundo os números da Comissão Técnica de Acompanhamento de Projetos (que inclui técnicos das Finanças e da Saúde) divulgados em julho, permitiu ao Estado poupar pelo menos 56 milhões de euros em sete anos.
No próprio documento de denúncia do contrato com o grupo Mello, o governo pedia tempo para decidir sobre o futuro daquele hospital, propondo à entidade gestora "a possibilidade de o contrato ser renovado por um período não superior a 24 meses, prorrogável por 12 meses, de forma a garantir a implementação das decisões que venham a ser tomadas". A JMS comprometeu-se a analisar o pedido de prolongamento do contrato, que o próprio Estado sublinhava, no mesmo documento, ser "o reconhecimento da qualidade da gestão atual e dos serviços prestados à população pelo Hospital Vila Franca de Xira".
O governo anunciou em maio que não iria renovar a PPP de Vila Franca (por dez anos). Mesmo depois de os autarcas dos cinco municípios servidos por aquela unidade (Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Vila Franca de Xira e Benavente), socialistas e do PCP, se terem juntado para defender a continuidade da gestão de "um dos melhores hospitais do país". "A resposta que o hospital tem dado às populações é muito positiva e os munícipes estão satisfeitos com os cuidados de saúde prestados", sublinharam os autarcas numa missiva conjunta (que pode ler aqui), em junho.