Falha de manutenção em Espanha levou a queda de motor de comboio no Minho

Fissura num veio não foi detetada pela empresa espanhola que aluga 24 comboios diesel a Portugal. Só depois do acidente é que Renfe reforçou controlo.
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Uma falha na manutenção em Espanha foi a causa para a queda de um motor no comboio da linha do Minho na noite de 31 de janeiro. Esta foi a conclusão a que chegou a entidade que investigou o incidente com uma automotora diesel alugada pela CP aos espanhóis da Renfe junto ao apeadeiro de Afife, perto de Viana do Castelo. A empresa espanhola, entretanto, reveio os procedimentos de manutenção das "camelas", como são conhecidas na gíria ferroviária.

"A investigação estabeleceu como mais provável que a causa direta do acidente tenha sido a fratura completa do veio cardan, que transmite o binário do motor diesel à caixa hidráulica de transmissão", aponta o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), no relatório de investigação divulgado esta quarta-feira.

A fratura do veio, segundo a investigação, "resultou da propagação de uma fissura por fadiga do aço, originada pela incorreta reparação de uma fissura mais antiga aquando de uma operação regular de recondicionamento daquele componente".

A reparação deste componente tinha sido subcontratada a prestadores de serviços exteriores à Renfe, "pelo que os seus processos para controlo da qualidade do trabalho realizado por esses prestadores de serviços revelaram lacunas, que resultaram na insuficiente garantia de não serem utilizados métodos de trabalho desadequados nas reparações de fissuras e soldaduras".

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